Imagem mostrando dente pré-histórico em vários ângulos - Divulgação/ Nature Communications
Arqueologia

Dente de 130 mil anos pode fornecer pistas sobre espécie humana já extinta

Pouco se sabe sobre denisovanos, antepassados nossos e dos neandertais

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/05/2022, às 09h25

A existência dos denisovanos, uma espécie humana primitiva que é considerada "prima" da nossa e também dos neandertais, apenas foi descoberta em 2010. Desde então, os arqueólogos se esforçam para buscar informações a respeito dessa população antepassada à nossa, porém os vestígios são raros. 

Um desses poucos exemplos foi um dente molar encontrado em uma caverna de Laos, na Ásia, em 2018. Através de análises raio-X e sequenciamentos de proteínas, especialistas concluíram que o osso teria pertencido a uma criança denisovana do sexo feminino entre 3 e 8 anos de idade. 

Ainda de acordo com o estudo a respeito do dente, que foi publicado na última terça-feira, 17, na revista Nature Comunications, a humana primitiva teria vivido entre 164 mil e 131 mil anos atrás. 

Onde viviam os denisovanos? 

A primeira pista da existência do chamado Hominídeo de Denisova foi um fragmento de dedo encontrado em uma gruta da Sibéria. O genoma extraído do osso pôde ser posteriormente comparado com o DNA dos humanos atuais, revelando que, em algum momento, nossa espécie cruzou com a desse antepassado. 

Entre nativos da Austrália, em particular, e indivíduos da Papua Nova Guiné, é possível identificar até 5% de genes em comum com nossos primos extintos, ainda de acordo com o Phys.org. 

Um aspecto importante é que, até então, ainda não havia evidências físicas da passagem dos denisovanos pela porção da Ásia onde está Laos, apenas na Sibéria e Tibete.

Isso mudou com a descoberta do dente estudado, que demonstrou a surpreendente capacidade de adaptação a diferentes ambientes dessa população humana primitiva, uma vez que o clima em Laos era bem mais quente que aquele encontrado nas regiões siberianas e tibetanas.

Essa flexibilidade a temperaturas variadas não é observada, por exemplo, entre os neandertais, que se restringiam à ocupação de locais frios. 

+ Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui

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