Nova espécie ancestral de crocodilo, o Caipirasuchus catanduvensis viveu no interior de SP e no Triângulo Mineiro há cerca de 85 milhões de anos
Éric Moreira Publicado em 15/06/2024, às 15h54
Nesta sexta-feira, 14, pesquisadores brasileiros publicaram na revista científica Historical Biology um novo estudo em que descrevem uma espécie desconhecida de crocodilo, que viveu na região do interior de São Paulo e do Triângulo Mineiro no período Cretáceo. Chamado de Caipirasuchus catanduvensis, ele era pequeno, terrestre, herbívoro e era predado pelos dinossauros da região.
Também chamado de "crocodilo caipira", os fósseis do animal foram encontrados em 2011, durante obras na rodovia SP-351, em um dos trevos de acesso à cidade de Catanduva (em SP). Na ocasião, também foram encontrados restos de conchas, peixes, animais anuros (mesma classe que os sapos, rãs e pererecas), tartarugas, crocodilos e dinossauros.
Agora, com esse novo animal descoberto, são seis espécies do gênero Caipirasuchus identificadas. Porém, este novo animal se destaca com uma habilidade única entre o gênero: a capacidade de emitir sons.
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Com cerca de apenas 1,2 metro de comprimento, o Caipirasuchus catanduvensis tinha, dentro do crânio, um "aparato associado à cavidade nasal, que permitia com que ele produzisse sons ressonantes. Isso indica que possivelmente ele produzia sons, como outros animais na atualidade fazem, para se comunicar entre si", segundo a paleontóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aline Ghilard, em entrevista para Carlos Madeiro, do UOL.
Ele é diferente das outras espécies de Caipirasuchus justamente por isso. E como ele era o alvo favorito dos grandes predadores da época, essa pode ter sido uma forma que ele encontrou de se comunicar, de alertar sobre perigos no passado", acrescenta a pesquisadora.
Segundo a pesquisa desenvolvida, ele era um animal de hábitos terrestres e se alimentava de plantas. Além disso, devido ao tamanho, eles serviam de alimentos para várias espécies de animais (como dinossauros e outros crocodilos) que conviveram com eles no período Cretáceo.
Agora, os pesquisadores celebram a descoberta, afirmando ser importante, pois aumenta a diversidade de crocodilos antigos dessa época no Brasil. "Não eram só os dinossauros que dominaram por ali, mas também vários desses organismos da linhagem dos crocodilos", afirma Ghilard.
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