As crianças ficaram 40 dias perdidas na Amazônia colombiana, e foram encontradas na última semana
Redação Publicado em 13/06/2023, às 15h11 - Atualizado em 16/06/2023, às 10h19
Em decorrência de um acidente, quatro crianças ficaram desaparecidas na Amazônia colombiana após a queda de um avião. Uma operação de resgate foi realizada com o envolvimento de mais de 100 militares, que encontraram as crianças abrigadas em uma estrutura improvisada de galhos na selva.
De acordo com informações do Exército, durante o período em que estiveram perdidas, elas se alimentaram de frutas silvestres encontradas na floresta e utilizaram kits de sobrevivência estrategicamente espalhados pelo Exército. No entanto, essas quatro crianças tinham uma razão séria para estarem realizando essa jornada.
Elas estavam indo ao encontro do pai, Manuel Miller Ranoque, que fugiu devido ameaças de um dos grupos dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) desde abril.
Manuel relatou que está sendo ameaçado de morte pela Frente Carolina Ramírez, um grupo dissidente das Farc. Desde o dia 1º de abril, ele está em fuga desse grupo guerrilheiro, deixando a cidade onde morava, em Caquetá, sem avisar sua família.
No mês seguinte, em maio, sua esposa, Magdalena Mucuty, e seus quatro filhos Lesly Mucutuy, de 13 anos, Soleiny Mucutuy, de 9 anos, Tien Mucutuy, de 4 anos, e Cristin Mucutuy, de 1 ano, embarcaram em um avião monomotor para encontrá-lo, porém a aeronave acabou caindo na selva amazônica.
As crianças conseguiram sobreviver graças aos conhecimentos que possuíam sobre a natureza. Ranoque afirma ser alvo da Frente Carolina Ramírez devido ao seu conhecimento da área em que residia. Ele teme que os criminosos possam usar seus filhos como forma de pressioná-lo a ajudá-los, de acordo com o UOL.
Após o acidente, ele planeja morar em Bogotá, a capital da Colômbia, ao lado de seus filhos. "Acho que vou morar em Bogotá porque tenho problemas com a Frente Carolina Ramírez, que está querendo me matar. Eu sou alvo porque conheço toda aquela área", declarou à imprensa local.
A Frente Carolina Ramírez, grupo dissidente das Farc, foi detectada pelas autoridades colombianas em 2018. Esse grupo atua no tráfico de drogas, é altamente armado e força os indígenas a trabalharem em benefício de seus próprios interesses.
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