Manuscritos do Mar Morto - Reprodução
Arqueologia

Cientistas descobrem o segredo da preservação dos Manuscritos do Mar Morto

Primeira versão escrita da Bíblia que se tem notícia, os pergaminhos sobreviveram a dois milênios

Vinícius Buono Publicado em 09/09/2019, às 10h00

Uma análise microscópica do mais preservado dos Manuscritos do Mar Morto determinou que os pergaminhos foram tratados com uma mistura de sais que, de acordo com os pesquisadores, não são encontrados no mar que dá o nome a uma das mais importantes descobertas arqueológicas do século 20.

Aparentemente, por causa de tal tratamento, os manuscritos ganharam a cor branca e foram capazes de resistir aos séculos de intempéries.

Encontrados em 1947 por beduínos nas proximidades do mar, os textos ganharam relevância por conter grande parte da Bíblia hebraica, além de textos apócrifos e algumas regras da seita judaica dos Essênios, responsáveis pela compilação dos manuscritos entre aproximadamente o século 2 a.C e o ano 68 d.C.. É, de longe, a mais antiga versão conhecida do texto bíblico.

Os pergaminhos eram feitos de peles de animais cujos pêlos e gordura eram removidos antes de serem esturricadas. Considerando que sobrevivem até o dia de hoje, dois milênios mais tarde, os pesquisadores tentaram entender o que seus autores fizeram.

Pela análise microscópica do Pergaminho do Templo, um dos mais conservados, determinaram que a mistura de sais como cálcio, sódio e enxofre foi responsável não só pela preservação, como também pela coloração branca e brilhante dos materiais.

Tais minérios não são encontrados na região e nem no mar. Os cientistas especulam que tenham vindo de evaporitos, rochas sedimentares formadas na evaporação de salmouras.

Os estudos acerca dos Manuscritos seguirão. Acredita-se que, por eles, pode-se descobrir muito sobre a sociedade da região na época, central para o desenvolvimento tanto do judaísmo, quanto do cristianismo.

Religião Cristianismo arqueologia judaísmo manuscritos do Mar Morto

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