O físico Alexander Shiplyuk - Divulgação/ITAM
Cientista

Cientista russo é condenado por traição relacionada a mísseis hipersônicos

Um tribunal russo sentenciou recentemente o físico Alexander Shiplyuk a 15 anos de prisão sob acusação de traição

Redação Publicado em 05/09/2024, às 12h40

Um tribunal russo sentenciou nesta terça-feira (3) o físico Alexander Shiplyuk a 15 anos de prisão sob acusação de traição. Este é o mais recente caso contra especialistas envolvidos no desenvolvimento de mísseis hipersônicos no país.

Shiplyuk, de 57 anos, era diretor de um instituto científico na Sibéria e foi detido em agosto de 2022. Outros dois colegas seus, Anatoly Maslov e Valery Zvegintsev, também foram presos sob acusações semelhantes. Em maio, Maslov, de 78 anos, foi condenado a 14 anos de prisão.

O advogado de Shiplyuk não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da Reuters sobre se o cientista planeja apelar da sentença. O julgamento ocorreu a portas fechadas, conforme prática comum em processos de traição na Rússia.

O Kremlin comentou em maio que os cientistas enfrentavam "acusações muito graves", delegando a responsabilidade do caso aos serviços de segurança.

Mísseis

A Rússia reivindica ser líder mundial em mísseis hipersônicos, armas avançadas capazes de transportar cargas úteis a velocidades até 10 vezes superiores à do som, superando sistemas de defesa aérea.

Os cientistas do Instituto Khristianovich de Mecânica Teórica e Aplicada (ITAM), em Novosibirsk, são parte de quase uma dúzia de pesquisadores acusados de traição nos últimos anos por seu trabalho com essa tecnologia.

Fontes familiarizadas com o caso disseram à Reuters que Shiplyuk era suspeito de divulgar material confidencial durante uma conferência científica na China em 2017. Ele afirma ser inocente, alegando que as informações eram públicas e acessíveis online.

Diversos outros cientistas russos detidos por suposta traição também foram acusados de fornecer segredos para a China, segundo a mídia estatal russa, repercute a CNN.

O ITAM, localizado no campus científico Akademgorodok, perto da cidade de Novosibirsk, é registrado como parte do complexo militar-industrial russo. Dois cientistas norte-americanos que conheciam Maslov e Shiplyuk informaram à Reuters no ano passado que os pesquisadores russos estavam envolvidos em aspectos críticos do desenvolvimento dos mísseis hipersônicos, incluindo integração de sensores, sistemas de navegação e propulsão.

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