Um documento inédito dos arquivos da igreja foi divulgado em jornal italiano, esclarecendo o papel do papa Pio XII no Holocausto
Redação Publicado em 16/09/2023, às 12h54
O jornal italiano Corriere della Sera divulgou uma informação inédita sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. O caderno “La Lettura”, que teve acesso ao Arquivo Vaticano, revelou que o papa Pio XII sabia da existência dos campos de concentração nazistas e da exterminação sistemática dos judeus.
A descoberta foi conduzida por Giovanni Coco, arquivista e pesquisador do repositório central da Igreja Católica Romana, que considerou o documento como um “caso único, de enorme valor”.
Especialistas acreditam que a descoberta da carta deve reacender as discussões sobre o silêncio do pontífice durante o Holocausto, além de prejudicar a empreitada por sua beatificação. Contudo, o próprio Vaticano optou pela transparência ao investigar os arquivos.
Debatemos por mais de meio século com base em documentos e fontes indiretas. Agora temos os diretos, e outros provavelmente surgirão. Estamos nos esforçando para torná-los acessíveis a todos. Tudo deve vir à tona, sem medo ou preconceito. É o que temos feito nos últimos anos aqui no Arquivo", concluiu o pesquisador.
As cartas não só esclarecem o que o Vaticano fez ou deixou de fazer durante a Segunda Guerra, como também apontam que o terror nazista alcançou o Sagrado Palácio, conforme repercutido pelo UOL.
O caderno, “La Lettura”, publicou a imagem de uma faca marcada com uma suástica, descoberta no apartamento de Pio XII por seu sucessor, o Papa João XXII, que questionou o monsenhor, Angelo Dell'Acqua, sobre a origem do objeto, mas não obteve resposta.
O documento do Arquivo Vaticano também afirma que o monsenhor “consultou a irmã Pascalina Lenhert, oráculo de Pio XII, sua governanta. E a freira revelou que a faca tinha sido levada para uma audiência por um membro da SS [polícia hitlerista] que deveria usá-la contra Pio XII. Mas o soldado se arrependeu e a presenteou ao Papa”.
É importante relembrar que Pio XII recebeu um pedido de Myron Taylor, representante pessoal de Franklin D. Roosevelt, então presidente dos Estados Unidos, para se manifestar contra a perseguição aos judeus, mas o pontífice recusou.
Contudo, o historiador do Vaticano esclareceu que: “outros temores também influenciaram: em primeiro lugar, a possibilidade concreta de represálias nazistas contra os católicos poloneses, seu rebanho de fiéis”.
'Ressuscita' gata utilizada por Trump para atacar imigrantes com boato
Lápide mais antiga dos EUA, pertencente a cavaleiro inglês, tem mistério revelado
Série sobre o assassinato cometido pelos Irmãos Menendez estreia na Netflix
Polícia apreende 40 toneladas de chifres de veado em armazém ilegal na Argentina
Harry viajará ao Reino Unido, mas Charles está "farto" do filho mais novo
Oscar 2025: Fernanda Torres é candidata ao prêmio de Melhor Atriz por 'Ainda Estou Aqui'