Estudo levantou hipótese para explicar placas de ardósia em formato de coruja
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 05/12/2022, às 16h13
Uma pesquisa publicada no Scientific Reports na quinta-feira passada, 1º, especula que interpretamos de forma errônea uma coleção de artefatos da Idade do Cobre desenterrados na Península Ibérica ao longo dos anos.
Já foram encontradas cerca de 4 mil dessas peças: são feitas de ardósia, um tipo de rocha, esculpidas e desenhadas de forma a lembrar uma coruja.
No passado, os arqueólogos imaginaram que essas placas poderiam ser confeccionadas por artesãos e utilizadas com objetivos rituais, mas Juan Negro e sua equipe acreditam que, na verdade, os artistas por trás desses objetos históricos sejam crianças.
No estudo recente escrito por ele e outros pesquisadores, são apontadas semelhanças entre as placas de 5 mil anos e um grupo de ilustrações de corujas feitas por crianças atuais na faixa etária dos 4 aos 13 anos.
Para fazer essa comparação, foram examinados os níveis de complexidade dos seis critérios principais que formam a aparência da ave: olhos, bico, formato do rosto, asas, a presença de tufos de penas e os padrões nos quais as penas aparecem. Os trabalhos das crianças mais velhas foram considerados mais próximos das representações feitas nos itens históricos.
Assim, os autores teorizam que os artefatos tenham sido criados pelos pequenos para servirem como brinquedos ou amuletos.
Adicionalmente, os itens costumam trazer dois buracos no topo da cabeça. Devido ao seu peso, é possível eliminar que os orifícios seriam destinados à passagem de um cordão.
Em vez disso, a pesquisa especula que as crianças da época colocaram tufos de penas nesses buracos, assim tornando sua criação mais parecida com a chamada coruja-de-orelha (de nome científico "asio otus"), que é uma espécie comum à região da Europa, onde as placas foram descobertas.
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