Estima-se que 12,5 milhões de africanos foram vendidos para a escravidão por europeus entre os séculos 15 e 19
Redação Publicado em 18/07/2023, às 17h39
Nesta terça-feira, 18, a União Europeia (UE) abordou um assunto importante em sua história: a escravidão. Conforme repercutido pelo UOL, o bloco reconheceu o “sofrimento incalculável” gerado pelo tráfico de pessoas, e propôs reparações em decorrência deste “crime contra a humanidade".
Entre os séculos 15 e 19, estima-se que ao menos 12,5 milhões de africanos foram levados à força em navios europeus e, em seguida, vendidos para a escravidão. Aproximadamente metade dos escravizados vieram para o Brasil em naus portuguesas.
Durante um evento de dois dias, que teve início nesta segunda-feira, 17, em Bruxelas, e contou com dirigentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da UE, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que almejava a presença de um texto que abordasse "legados históricos de genocídio nativo e escravização de corpos africanos" e "justiça reparatória", no documento final da cúpula.
Após algumas ressalvas em relação à linguagem, a UE e a Celac apoiaram a produção de um parágrafo que identifica e se compadece "profundamente" com o "incalculável sofrimento infligido a milhões de homens, mulheres e crianças como resultado do comércio transatlântico de escravos".
O trecho, que afirma que a escravidão é um "crime contra a humanidade", também diz que essa prática se tratou de "tragédias terríveis... não apenas por causa de sua barbárie abominável, mas também em termos de sua magnitude".
A nota também faz referência a um projeto de 10 pontos, que visa garantir uma reparação histórica. Entre as medidas estão a desculpa formal de nações europeias pelo regime escravocrata, um programa de repatriação, o anulamento de dívidas e o auxílio de países da Europa durante problemas econômicos e de saúde pública.
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