Pintura de 1840 por Auguste François Biard representando o comércio atlântico de escravizados raptados na África - Domínio Público
Escravidão

Após cúpula, União Europeia reconhece o ‘sofrimento incalculável’ da escravidão e oferece reparações

Estima-se que 12,5 milhões de africanos foram vendidos para a escravidão por europeus entre os séculos 15 e 19

Redação Publicado em 18/07/2023, às 17h39

Nesta terça-feira, 18, a União Europeia (UE) abordou um assunto importante em sua história: a escravidão. Conforme repercutido pelo UOL, o bloco reconheceu o “sofrimento incalculável” gerado pelo tráfico de pessoas, e propôs reparações em decorrência deste “crime contra a humanidade".  

Entre os séculos 15 e 19, estima-se que ao menos 12,5 milhões de africanos foram levados à força em navios europeus e, em seguida, vendidos para a escravidão. Aproximadamente metade dos escravizados vieram para o Brasil em naus portuguesas. 

Durante um evento de dois dias, que teve início nesta segunda-feira, 17, em Bruxelas, e contou com dirigentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da UE, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que almejava a presença de um texto que abordasse "legados históricos de genocídio nativo e escravização de corpos africanos" e "justiça reparatória", no documento final da cúpula

O documento

Após algumas ressalvas em relação à linguagem, a UE e a Celac apoiaram a produção de um parágrafo que identifica e se compadece "profundamente" com o "incalculável sofrimento infligido a milhões de homens, mulheres e crianças como resultado do comércio transatlântico de escravos".

O trecho, que afirma que a escravidão é um "crime contra a humanidade", também diz que essa prática se tratou de "tragédias terríveis... não apenas por causa de sua barbárie abominável, mas também em termos de sua magnitude". 

A nota também faz referência a um projeto de 10 pontos, que visa garantir uma reparação histórica. Entre as medidas estão a desculpa formal de nações europeias pelo regime escravocrata, um programa de repatriação, o anulamento de dívidas e o auxílio de países da Europa durante problemas econômicos e de saúde pública. 

escravidão cúpula reparação histórica reparações Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos Uinão Europeia

Leia também

Lápide mais antiga dos EUA, pertencente a cavaleiro inglês, tem mistério revelado


Série sobre o assassinato cometido pelos Irmãos Menendez estreia na Netflix


Polícia apreende 40 toneladas de chifres de veado em armazém ilegal na Argentina


Harry viajará ao Reino Unido, mas Charles está "farto" do filho mais novo


Oscar 2025: Fernanda Torres é candidata ao prêmio de Melhor Atriz por 'Ainda Estou Aqui'


Mulher sofre queimaduras graves ao cair em poço de água termal em Yellowstone