Hermano Villemor Amaral Filho - Divulgação
Rio de Janeiro

Aos 104 anos, morre o advogado mais antigo do Brasil

Com uma carreira de quase 80 anos, Hermano de Villemor Amaral Filho foi um dos primeiros a integrar a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ)

Luiza Lopes Publicado em 19/07/2024, às 14h04

Na madrugada desta quinta-feira, 18, faleceu, no Rio de Janeiro, Hermano de Villemor Amaral Filho, o advogado mais antigo do Brasil, aos 104 anos. O motivo da morte não foi divulgado. 

Com uma carreira de quase 80 anos, ele foi um dos primeiros a integrar a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ). Em 2023, recebeu uma homenagem da instituição pelos 75 anos de filiação à entidade.

A história dele é uma das maiores inspirações para a nossa classe. Um colega que exerceu sua profissão por mais de 70 anos e exalava paixão pelo Direito. Foi modelo para todos nós, advogados e advogadas, principalmente por ter utilizado seu conhecimento e experiência para estimular a jovem advocacia”, afirma o presidente da Seccional, Luciano Bandeira, em nota.

Trajetória

Especialista em Direito Comercial, Villemor deu continuidade ao escritório fundado por seu pai em 1909, o Villemor Amaral Advogados, no qual atuou até poucos momentos antes do falecimento. Atualmente, a firma reúne mais de 300 advogados, sendo 70%, mulheres. 

Nosso eterno sócio fez história na advocacia do nosso país e impactou a vida de centenas de profissionais com quem pôde compartilhar os seus valores, princípios, conhecimentos e dedicação, que ajudaram a formar o Escritório centenário que temos hoje", diz a nota de pesar publicada pelo escritório.

Considerado inovador na época, ele datilografava rapidamente as ações com papel-carbono, enquanto a maioria ainda usava tinta e mata-borrão. O advogado foi Conselheiro da OAB-RJ, em duas ocasiões, e também membro da Seção do Estado de São Paulo.

Ao longo de sua carreira, Villemor se adaptou às novas tecnologias e às mudanças na legislação brasileira. Após a pandemia de Covid-19, embora tenha deixado de frequentar o escritório diariamente, ele continuou ativo, produzindo ações. 

Ele mantinha como hábito ajudar os estagiários do escritório, apesar dos quase 90 anos de idade que os separava dos estudantes de Direito. Villemor deixa esposa, filhos e quatro netos.

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