Millvina Dean, que entrou para a História como última sobrevivente do Titanic até 2009, nunca assistiu ao filme de James Cameron
Thiago Lincolins Publicado em 11/08/2024, às 09h30
A noite do dia 14 de abril e a madrugada de 15 de abril de 1912, no Atlântico Norte, marcaram a vida da inglesa Elizabeth Gladys Millvina Dean. Quando tinha apenas nove semanas de vida, os seus pais embarcaram no Titanic, um dos mais promissores navios da época.
Tudo mudou, no entanto, quando a embarcação colidiu com um iceberg. Nas águas congelantes do oceano atlântico, mais de 1.500 pessoas morreram, incluindo o pai de Dean.
No momento em que o navio começou a naufragar, Dean, a mãe e o irmão conseguiram espaço no bote salva-vidas, explica o New York Post. Depois, foram resgatados pelo RMS Carpathia e levados até Nova York. Semanas depois, retornaram à Inglaterra no RMS Adriatic.
"Minha mãe entrou no bote salva-vidas e descobriu que ela tinha a mim, mas não a ele [o irmão]. Mas ela não podia fazer nada sobre isso. Era uma noite muito fria. Ela tinha que me manter aquecida. De qualquer forma, quando fomos resgatados pelo Carpathia [o navio que respondeu ao pedido de socorro do Titanic], lá estava ele. Ele tinha sido retirado por outro passageiro. Isso deve ter sido uma coisa absolutamente ado", disse ela ao Belfast Telegraph.
Millvina, no entanto, só soube que presenciou a desgraça do Titanic quando completou oito anos. Isso porque era um tema sensível para sua mãe, que perdeu o marido naquela noite.
Ao longo de sua vida, Dean se manteve em silêncio e só se pronunciou a respeito do tema quando os restos do Titanic foram descobertos, em 1985. Em uma das entrevistas, ela explicou o que a motivou a não assistir "Titanic", clássico de James Cameron que se tornou uma das maiores bilheterias da História.
Ao Belfast Telegraph, a sobrevivente do Titanic confessou que não se "importava" com o pai, pois, ele era um "estranho" para, no entanto, também foi o seu trágico destino que a fez não ter coragem de assistir ao longa-metragem.
Porque esse é o navio em que meu pai afundou. Embora eu não me lembrasse dele, nada sobre ele, eu ainda ficaria emocionada", disse ela na entrevista. "Eu pensava: 'Como ele afundou? Ele afundou com o navio ou pulou no mar?'".
Embora não tivesse memórias daquela noite, a mulher se tornou um dos nomes mais conhecidos relacionados a história do Titanic: foi a última sobrevivente do naufrágio até 2009, ano que marcou sua morte.
"[Dean] era uma mulher notável e brilhante", afirmou Charles Haas, presidente da Titanic International Society, ao Los Angeles Times após o óbito de Dean. "Ela conhecia seu lugar na história e estava sempre disposta a compartilhar sua história com os outros, especialmente com as crianças. Ela era o último elo vivo com a história".
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