No ano de 2016, um grupo de pesquisadores britânicos fez uma descoberta insólita envolvendo a tumba do artista
Redação Publicado em 23/12/2020, às 13h00
Em 2016, um grupo de arqueólogos da Staffordshire University (Reino Unido) estudou com radar a tumba do grande bardo da Inglaterra, na Igreja da Sagrada Trindade, em Stratford-upon-Avon.
O resultado foi que, enquanto a parte de baixo do caixão parecia não ter sido violada, a de cima indicava não só um ataque mas também nenhuma evidência de certa parte fundamental.
Alguém roubou o crânio de William Shakespeare. Isso não foi agora, mas há mais de dois séculos. A aposta da equipe é que o culpado foi certo doutor Frank Chambers, que teria atacado a sepultura em 1794. Chambers respondia a uma aposta do escritor Horace Walpole, que havia dito que daria 300 libras para quem trouxesse a ele a cabeça do artista.
Por que essa obsessão mórbida?
Na época, estava em voga a pseudociência da frenologia, que dizia ser possível tirar conclusões sobre a personalidade de uma pessoa por meio do formato de seu crânio. Isso incluía a pessoa ser um gênio.
“Havia muitos roubos de tumbas de pessoas famosas numa tentativa de ver se a pessoa era um gênio”, afirma o arqueólogo Kevin Colls, condutor do estudo. “Imagino que Shakespeare seria um alvo muito valioso.”
Quanto ao bardo, parece que ele previu o infame destino de sua tumba. Em seu epitáfio, se lê: "Good frend, for Iesus sake forebeare To digge the dust encloased heare. Bleste be ye man spares these stones, And curste be hemy bones".
O que, em inglês elizabetano, quer dizer: “Bom amigo, pela graça de Jesus evite cavar a poeira aqui enclausurada. Abençoado seja o homem que poupar estas pedras e maldito aquele que mover meus ossos”. O médico ladrão não devia acreditar em maldições.
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