Em 1980, o assassino entrou para a História por colocar fim na vida de um dos artistas mais amados do mundo
Alana Sousa Publicado em 24/10/2020, às 12h00 - Atualizado em 19/11/2021, às 10h00
Aquele 8 de dezembro de 1980 mudou a história da indústria musical para sempre. Era tarde da noite, quando Mark Chapman se aproximou se seu ídolo John Lennon na porta do Edifício Dakota, na cidade de Nova York, e pediu para que ele lhe autografasse o álbum Double Fantasy.
O ex-beatle, então, atendeu o fã e partiu com a esposa Yoko Ono para uma sessão de gravação no Record Plant Studios. Após o fim do compromisso, Lennon retornou ao seu apartamento em Manhattan. Ao sair do veículo, foi atingido quatro vezes pelas costas; o autor do disparo era aquele que, mais cedo, tinha pedido pelo autógrafo do aclamado músico. Mark Chapman eternizava seu nome na história como o assassino de um dos maiores cantores de todos os tempos.
Em seguida do crime, Mark permaneceu na cena, retirou o livro 'O apanhador no campo de centeio' (1951), do autor J. D. Salinger, e começou a ler. Quando os policias chegaram ao local, a prisão foi feita sem resistência; o homem foi levado sob custódia e, cerca de três horas depois, declarou: “Tenho certeza de que a maior parte de mim é Holden Caulfield, que é a pessoa principal do livro. A pequena parte de mim deve ser o Diabo”.
O crime, amplamente divulgado pela mídia, é relembrado todos os anos no aniversário de morte de John, ou ainda em listas de casos em que artistas foram mortos por “fãs”. Entretanto, o destino de Chapman, não é tão conhecido pelo grande público. Afinal, o que aconteceu com o lunático homicida?
Dias depois, Mark foi acusado de assassinato em segundo grau, a Justiça conseguiu provar que o homicídio havia sido premeditado. Durante meses, Chapman se preparou para a ação brutal; inclusive, sua esposa Gloria Chapman tinha conhecimento do desejo do marido, mas decidiu por não agir.
Diversas avaliações sobre o estado de saúde mental do assassino foram realizadas, a fim de entender qual seria a motivação para tal crime. Uma das hipóteses levantadas em tribunal foi uma possível frustração do criminoso com Lennon.
Após a declaração do músico de que “os Beatles eram mais populares que Jesus”, Mark começou a planejar a morte para defender sua religião presbiteriana. Além disso, o fã devotado passou a repreender as atitudes de John, que pregava um discurso de paz, mas na verdade, sua realidade era outra.
“Ele estava lá com milhões de dólares, iates, fazendas e propriedades rurais, rindo de pessoas como eu, que haviam acreditado nas mentiras, comprando discos e construindo grande parte de seus bens”, confessou o psicopata.
Com muitas incoerências em seu discurso, Mark alegava e negava a ideia de que queria ganhar fama com a morte do artista. Em uma declaração pública, afirmou que queria promover o livro O Apanhador no Campo de Centeio.
Declarando-se culpado no julgamento, o homem foi condenado à prisão perpétua. Em seguida, foi encaminhado para a Attica Correctional Facility, em Nova York, por onde permaneceu por um tempo.
Seus primeiros momentos na prisão foram conturbados, por 26 dias ele se recusou a comer, até que, com autorização do estado, agentes carcerários o forçaram a ingerir alimentos líquidos.
Na maior parte do dia realizava trabalhos domésticos e ajudava com serviços na biblioteca, por sua própria segurança, foi impedido de participar de atividades com outros presos — a chance de linchamento era alta.
Duas décadas encarcerado, no ano 2000, a Justiça permitiu que ele entrasse com o pedido de liberdade condicional. Desde então, a defesa de Chapman já documentou a solicitação mais de dez vezes, e todas elas foram negadas.
Em 2012, Mark foi transferido para a Wende Correctional Facility, na cidade de Alden. Na instituição, o criminoso aceitou ficar em uma cela solitária, na qual ele ainda cumpre sua sentença. Uma vez ao ano, pode receber a visita de sua esposa por 48h, além de visitas ocasionais de familiares e amigos.
Hoje, com 65 anos, o assassino idealiza uma nova realidade para seus dias finais fora das grades: “Eu tentaria imediatamente encontrar um emprego e realmente quero ir de um lugar para outro, pelo menos no estado, de igreja em igreja, e contar às pessoas o que aconteceu para mim e mostrar-lhes o caminho para Cristo”. Ainda assim, seu desejo parece estar longe de ser realizado.
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