Nomeado co-regente do Egito aos três anos, o filho de Cleópatra foi o último faraó da dinastia Ptolomaica
Isabela Barreiros Publicado em 24/06/2020, às 07h00 - Atualizado em 10/12/2021, às 11h00
O último soberano da dinastia Ptolomaica no Egito foi Ptolomeu XV Philopator Philometor César, mais conhecido como Cesarião. Filho de Cleópatra VII, e de Júlio César, que nunca o reconheceu oficialmente, nasceu em 47 a.C.
Cleópatra passou anos insistindo que era realmente filho do general romano, sendo o único biológico, já que Otaviano, seu sobrinho, havia sido adotado como herdeiro. No entanto, mesmo com os apoiadores de César tentando provar através de panfletos distribuídos em Roma que a paternidade não era real, Júlio teria permitido que o jovem utilizasse seu nome.
Os primeiros anos da vida de Cesarião se passaram principalmente em Roma. Lá, ele estava junto de sua mãe, Cleópatra, e os dois eram convidados oficiais de Júlio César no palácio onde viviam.
Mas a morte do general, em 44 a.C., fez com que ambos tivessem que voltar, obrigados, ao Egito. Com apenas três anos de idade, a figura que hoje é considerada o último faraó ptolomaico, já havia sido colocada em uma situação de grande poder.
Naquele ano, Cleópatra proclamou o filho como co-regente do Egito, mesmo que ele ainda fosse extremamente jovem. A grande responsabilidade continuou durante a trajetória de Cesarião.
Ele chegou até mesmo a ser nomeado rei dos reis, em 34 a.C., por Cleópatra e Marco Antônio. A situação foi beneficiada pelas Doações de Alexandrina, com a transferência de terras romanas para os filhos do casal. Mas o título, na verdade, poderia ser visto como uma ameaça à grandeza de Roma.
Pouco se sabe sobre o fim da vida de Cesarião, que foi tão confusa quanto a de seus parentes mais famosos. No entanto, historiadores apontam o que consideram como o último episódio conhecido da trajetória do filho de Cleópatra e Júlio César.
É provável que, em 31 a.C., após a batalha de Áccio e a invasão de Otaviano ao Egito, ele tenha sido enviado por sua mãe ao porto de Berenice, no mar Vermelho, com um tesouro. A ideia era levar essa riqueza misteriosa para a Índia. Mas a verdade é que o que aconteceu depois nunca foi plenamente esclarecido.
A teoria mais aceita sobre a morte de Cesarião foi sustentada plenamente pelo historiador e biógrafo grego Plutarco. Depois dos suicídios tanto de sua mãe quanto de Marco Antônio, os estudiosos apontam que ele teria sido persuadido e enganado por seu tutor, Teodoro.
O homem disse a Cesarião que Otaviano havia o convidado para, enfim, assumir o trono. Mas isso não passava de um argumento falso: quando voltou para Alexandria, o filho de Cléopatra e Júlio César foi preso e executado devido a rigorosas ordens de seu meio-irmão Otaviano.
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