A clássica obra de Euclides da Cunha foi responsável por documentar os acontecimentos da Revolta dos Canudos
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu no dia 20 de janeiro de 1866 em uma fazenda na cidade de Cantagalo, no interior fluminense. Apesar de hoje ser conhecido como um escritor, Euclides se formou como um engenheiro militar na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Mas as coisas mudaram quando ele se instalou por um período na capital paulista, onde foi acolido pelo grupo republicano reunido em torno do jornal A Província - que hoje é conhecido como O Estado de S. Paulo - pelo qual foi cobrir a expedição contra Canudos.
Foi assim que surgiu o embrião de o que seria Os Sertões no futuro. Afinal, Euclides da Cunha foi enviado para o interior da Bahia para construir uma série de reportagens sobre a Revolta dos Canudos. Lá, o autor testemunhou a realidade de famílias reunidas em torno de um líder messiânico, cujo movimento estava na eminência de ser massacrado. Ao relatar o que vivênciou, Euclides criou um romance social com grande valor histórico, o que o consagrou como um dos maiores nomes da literatura brasileira.
Em 2019, Os Sertões ganhou sua própria edição definitiva e crítica pela Editora Ubu. Além de trazer um lindo design para a obra clássica, o livro conta com a edição crítica de Walnice Nogueira Galvão e textos críticos de José Veríssimo, Araripe Junior, Sílvio Romero, Gilberto Freyre, Antonio Candido, Olímpio de Souza Andrade, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Duglas Teixeira Monteiro, Franklin de Oliveira, José Calasans, Antônio Houaiss, Luiz Costa Lima e Roberto Ventura.
Para deixar a obra ainda mais completa, ela conta com reproduções de páginas das cadernetas de campo de Euclides da Cunha e um conjunto de imagens de Flávio de Barros, sendo esse o único registro fotográfico conhecido do conflito em Canudos.