Conhecido por ser luxuoso, o local já foi palco para assassinatos e outras mortes suspeitas
Construído entre 1883 e 1885, o Hotel Chelsea é considerado um marco histórico da cidade de Nova York. Localizado na 222 West 23rd Street, entre a sétima e a oitava avenidas, no bairro de Chelsea, consagrou-se por ser a morada de inúmeros escritores, músicos, artistas e atores. O local foi palco, ainda, para estranhos eventos ao longo dos anos.
Considerado uma das primeiras cooperativas de apartamentos particulares de Nova York, o Hotel Chelsea foi aberto para ocupação em 1884. Desenhado por Philip Hubert, o prédio de tijolos vermelhos, com 12 andares, entrou para o Registro Nacional de Lugares Históricos no ano de 1977. No período da construção, o local chegou a ser classificado, ainda, como o edifício mais alto de Nova York.
Devido ao seu glamour e luxo, o Hotel Chelsea atraiu a atenção de diversas personalidades influentes da época, tornando-se o lar de mais de 50 artistas, entre eles a cantora Madonna, o músico Bob Dylan, os integrantes da banda Pink Floyd e os atores Jane Fonda e Russell Brand. Já no campo das artes, um dos moradores centrais é o pintor Diego Rivera, marido de Frida Kahlo e o escultor Jasper Johns.
Embora luxuoso e atrativo, o local esconde segredos obscuros, envolvendo assassinatos e outras mortes suspeitas, sendo considerado um dos lugares mais assustadores do mundo. Em agosto de 1983, o músico Jobriath passou seus últimos dias em um dos apartamentos no topo da pirâmide, mais especificamente no telhado do Chelsea. Segundo o laudo médico, o musicista morreu devido a complicações ocasionadas pela Aids.
Pouco antes, em 1974, o pintor Moses Soyer veio a falecer dentro de seu quarto. Reza a lenda que no momento de sua morte, ele pintava a dançarina e coreógrafa Phoebe Neville. Outro pintor famoso a viver e morrer dentro do Hotel Chelsea foi Alphaeus Philemon Cole, que após residir no prédio durante 35 anos, foi encontrado morto, aos 112 anos, em 1988.
Considerado o primeiro costureiro dos Estados Unidos, Charles James mudou-se para o edifício em 1964, onde morreu em 1978, em decorrência de uma pneumonia. Outra morte misteriosa no local foi a do cineasta e etnomusicologista experimental Harry Smith, que veio a falecer após uma parada cardíaca, dentro da sala 328.
No entanto, o caso mais conhecido na mídia, que consagrou o local com a fama de mal assombrado, está associado ao homicídio que ocorreu nos interiores do edifício. Na manhã de 12 de outubro de 1978, o astro da banda Sex Pistols, Sid Vicious, se deparou com o cadáver de sua namorada Nancy Spungen. Segundo a perícia, a jovem foi brutalmente golpeada no abdômen por uma facada, sangrando até a morte.
Seu corpo foi encontrado no banheiro do quarto do músico. Após a morte de Nancy, Sid tentou tirar sua própria vida inúmeras vezes, alegando que queria a reencontrar. Embora suspeito, a polícia não conseguiu comprovar que Sid havia de fato matado sua namorada, pois segundo ele não lembrava de nada sobre a noite que antecedeu o crime. No dia 2 de fevereiro de 1979 o músico foi encontrado morto, com indícios de suicídio.
Por ser um dos prédios mais antigos da cidade de Nova York, o Hotel Chelsea entrou para o Registro Nacional de Lugares Históricos no ano de 1977. Embora tenha fama de assombrado, ele recebe turistas do mundo inteiro, que passam meses na fila de espera para ter a chance de conhecer o lugar luxuoso, que um dia já foi a casa de inúmeros artistas e celebridades.
Além disso, o Hotel Chelsea é lembrado por ter sido o lar temporário de diversos sobreviventes do Titanic, pois fica próximo a doca da White Star Line onde a embarcação deveria atracar. O prédio abrigou, ainda, inúmeros marinheiros, que após retornarem da Primeira Guerra Mundial, se hospedaram no local.
Famoso e conceituado, o Hotel Chelsea é um marco da cidade norte-americana que nunca dorme, tornando-se um símbolo histórico e referência cultural no país. Tal fato o consagrou na dramaturgia, sendo destaque em mais de 10 produções cinematográficas.