O estudo feito pelo estadunidense sobre a psique o ditador foi bizarramente preciso em alguns pontos sobre o futuro de Hitler na Guerra
Quando os EUA decidiram ajudar os Aliados contra a ameaça nazista, o psicanalista Walter Charles Langer recebeu uma encomenda confidencial do Escritório de Serviços Estratégicos – a agência precursora do que viria a ser a CIA.
Ele precisava montar um perfil psicológico de Hitler, para que os americanos pudessem prever os próximos passos do nazista. Seu estudo permaneceu secreto até 1972, quando finalmente foi publicado.
Mas acertou tanto no alvo que deu origem a uma nova disciplina na CIA: a ciência dos perfis políticos. Também ajudou a entender por que o Fuhrer convenceu um país inteiro de seu destino pessoal de grandeza e da necessidade de ir à guerra.
Hitler tinha, segundo Langer, a “capacidade de apelar às inclinações mais primitivas do homem para despertar os instintos mais baixos e, mesmo assim, mascará-los com nobreza, justificando as ações como meios para alcançar um objetivo”.
É mais impressionante ainda que esse retrato tenha sido feito quando o mundo ainda não desconfiava da matança sistemática de judeus nos campos de concentração – algo que só ficou conhecido após o fim da guerra.
O psicanalista concluiu que o fato de ter sido o primeiro filho a vingar, quando irmãos mais velhos morreram ainda na primeira infância, contribuiu para uma espécie de Complexo de Messias, que faz com que o indivíduo acredite ser um predestinado a algo importante – o que lhe dá absoluta confiança em tudo.
Essa crença em sua própria infalibilidade de super-homem não permitia aceitar o fracasso. Daí uma outra previsão do estudo que assombra pelo acerto histórico do que aconteceria dois anos depois: Langer escreveu que, na eventualidade de uma derrota alemã, o Fuhrer provavelmente cometeria suicídio.
Exatamente o último ato da vida de Adolf Hitler, que levou junto com sua autodestruição a companheira, Eva Braun.