De passado escravagista a cenário de filme do 007; Ilha Hashima foi construída em 1887, utilizada na Segunda Guerra e abandonada nos anos 1970
Publicado em 21/07/2024, às 09h00 - Atualizado em 23/07/2024, às 19h07
Encontrada a cerca de 15 quilômetros de Nagasaki, a Ilha Hashima é uma das 505 ilhas desabitadas listadas pela cidade. Seus prédios abandonados, hoje tomados pela natureza, remetem um tempo próspero, mas sombrio, do Japão.
Com 6,3 hectares de terreno, a Ilha Hashima já chegou a abrigar uma população de 5.259 pessoas em 1959. Mas, em 1974, ela foi desabilitada. Atualmente, o local se tornou uma 'Ilha Fantasma' — e que atrai diversos turistas. Confira 5 curiosidades sobre a Ilha Hashima.
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A Ilha Hashima fora construída em 1887 na baía de Nagasaki. Naquela época, o Japão vivia a Era Meiji (1868 — 1912), um período de grande progresso e industrialização do país. E a ilha se tornou um símbolo dessa fase!
Projetada pelo grupo Mitsubishi, a mini cidade serviu para abrigar os funcionários da empresa responsáveis pela exploração submarina de carvão. Cercada por um muro quebra-mar, a Ilha Hashima também é conhecida como Gunkanjima (ilha encouraçada), visto que sua aparência aérea lembra a um navio de guerra.
Construída para abrigar os trabalhadores que exploravam o carvão, a Ilha Hashima também possui um passado escravagista. Afinal, conforme recorda matéria publicada pelo The Guardian, os japoneses utilizaram mão de obra escrava de chineses e coreanos — o que só acabou com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Segunda aponta a CNN, apesar do fim do trabalho escravo, os trabalhos de exploração submarina de carvão continuaram firmes na Ilha pelos anos seguintes. O auge da ocupação do lugar aconteceu em 1959, quando 5.259 viviam por lá.
No entanto, em 1974, as reservas naturais de carvão da região foram consideradas esgotadas; assim, a mina foi fechada e todos os moradores acabaram abandonando a Ilha Hashima.
Durante três décadas, a Ilha Hashima foi fechada e abandonada, sem a permissão para que ninguém a visitasse. A proibição só acabou em meados de 2009, quando a mini cidade passou a receber visitantes.
Em ruínas, os prédios e construções foram tomados pela natureza, tornando o local um típico cenário pós-apocalíptico; o que atrai cada vez mais visitantes. Mas para conhecer o Hashima, é necessário apresentar um exame de saúde.
Além disso, aproveitando os restos da ilha, o diretor Sam Mendes usou seu cenário como uma das locações para o filme '007 - Operação Skyfall', lançado nos cinemas em 2012.
Em julho de 2015, após muita controvérsia, a Ilha Hashima foi formalmente aprovada como Patrimônio Mundial da UNESCO — como parte da série Sítios da Revolução Industrial Meiji do Japão, aponta a CNN.
A inclusão da Ilha Hashima só ocorreu devido a um acordo entre Japão e Coreia do Sul — com os coreanos facilitando a aprovação desde que os japoneses reconhecessem o passado escravagista do local.
Entretanto, segundo o jornal local The Asahi Shimbun, o Japão fez exatamente o oposto, criando um museu negando o uso de trabalho forçado na Ilha.
Em 2021, as 21 nações do comitê da UNESCO concordaram que o Japão não havia cumprido sua parte no acordo e pressionaram uma ação do país — o pedido foi rejeitado até 2023, quando novas inserções no museu passaram a contextualizar o passado do local, mas ainda distorcendo as informações, conforme noticiado pelo The Hankyoreh.