O filme 'Rainha de Katwe' acompanha a enxadrista ugandesa Phiona Mutesi que, partindo da pobreza, tornou-se campeã de xadrez em seu país; confira!
Publicado em 06/11/2024, às 13h09
Nesta quarta-feira, 6, será exibido na Sessão da Tarde, a partir das 15h25 na TV Globo, o emocionante e inspirador filme 'Rainha de Katwe'. Dirigido pela cineasta indiana Mira Nair, a produção foi lançada em 2016 e se baseia na história real da enxadrista de Uganda, Phiona Mutesi.
"Phiona Mutesi é uma jovem de Uganda que faz de tudo para alcançar o seu objetivo de se tornar uma das melhores jogadoras de xadrez do mundo. Órfã de pai e moradora de uma região bem pobre, Mutesi foi obrigada a largar a escola por falta de dinheiro, mas agora está decidida a enfrentar todos os obstáculos para tornar seu sonho realidade", narra a sinopse.
Uma figura crucial na vida de Mutesi foi Robert Katende. Interpretado por David Oyelowo, então diretor-executivo da Sports Outreach, uma organização sem fins lucrativos que busca incentivar o esporte entre crianças pobres de todo o mundo, que em 2005 levou o xadrez até Uganda.
Foi ele quem descobriu a jovem Phiona Mutesi (interpretada no filme por Madina Nalwanga) quando ensinava xadrez na favela de Katwe, localizada em Kampala, capital da Uganda.
Segundo a revista People, ela tinha apenas 9 anos quando, enquanto procurava por comida, se deparou com Katende, que lhe ensinou o jogo e, eventualmente, investiu naquele talento — que revelaria uma das melhores jogadoras do país e do mundo.
Ela nasceu em 1996 em Katwe e, quando tinha apenas três anos, seu pai morreu de AIDS; pouco depois, sua irmã mais velha, Juliet, também faleceu, dessa vez por causas desconhecidas. Por isso, aos dez anos, era comum que ela e o irmão procurassem por comida pela capital ugandense.
Porém, para Katende, ensinar xadrez ia muito além de transmitir as regras do jogo: "Era mais como uma plataforma que eu poderia usar para criar vínculos e me conectar com as crianças e ver como eu poderia tentar inspirá-las e encorajá-las a seguir pela vida usando o conceito de xadrez", relatou ele à People. "Ele nos ensina a desenvolver as habilidades que precisamos na vida cotidiana".
Katende ainda acrescenta que, com o xadrez, os jogadores aprendem foco, pensamento estratégico e técnicas para resolução de problemas, competências que dificilmente podem ser aprendidas formalmente na escola. Porém, "quando você aprende a jogar xadrez, essas habilidades vêm automaticamente porque você as aplica no tabuleiro".
Não demorou até que o investimento em Phiona Mutesi rendesse frutos. Com apenas 11 anos, ela já era campeã júnior de xadrez a nível nacional, e com apenas 17 tornou-se Candidata a Mestre em xadrez, competindo em torneios pelo mundo.
Em 'Rainha de Katwe' — que foi filmado na África, vale mencionar —, o destaque vai para o treinamento e a determinação da jovem Phiona Mutesi para tirar a si mesma e a sua família das favelas de Kampala, e criar uma vida melhor para todos com as oportunidades que o xadrez lhe proporcionava.
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Enquanto Mutesi se maravilhou com a oportunidade de ter sua vida adaptada para as telonas, Katende viu o filme como uma oportunidade de espalhar a mensagem de esperança de sua organização, usando a história da enxadrista como base.
"Não somos só nós, há muitas outras pessoas que se encontram em diferentes estados ou situações desesperadoras e acho que este pode ser um filme que irá animá-los e mostrar-lhes que, por mais que as coisas pareçam não estar indo bem, sempre pode haver um jeito, você só tem que perseverar e manter sua esperança", contou Katende à People. "Não se trata de ganhar títulos, mas de se tornar um campeão na vida".