Autoridades alemãs prenderam membros de uma célula terrorista de extrema-direita que planejavam conspiração nazista
Na Alemanha, a polícia prendeu oito supostos membros de uma célula terrorista de extrema-direita que planejava tomar regiões orientais do país para instalar um regime com inspirações nazistas. Segundo promotores federais, a ideia do grupo era estabelecer uma "limpeza étnica".
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Na última terça-feira, 5, antes do amanhecer, as autoridades fizeram uma batida em 20 instalações dos grupos que se autodenominam Sächsische Separatisten (Separatistas da Saxônia). As operações aconteceram no leste do país e na cidade fronteiriça polonesa de Zgorzelec. Além disso, outros sete suspeitos ainda estão sendo investigados.
Conforme relatou a revista alemã Spiegel, três dos presos eram políticos que ocupavam cargos locais no partido de extrema-direita Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha).
Um deles, identificado como Kurt H., chegou a ser baleado no maxilar durante a batida que aconteceu na cidade de Grimma. Ele foi atingido por balas disparadas por um rifle, citam fontes de segurança.
O veículo apontou que as autoridades dispararam "tiros de advertência" que acabaram atingindo Kurt. O sujeito acabou sendo operado e já está fora de perigo.
Em comunicado, o Ministério Público Federal relatou que os Separatistas da Saxônia somam de 15 a 20 pessoas. O grupo teria começado suas atividades em novembro de 2020, sendo "caracterizado por ideias racistas, antissemitas e parcialmente apocalípticas".
O grupo era composto, principalmente, por jovens do gênero masculino que supostamente rejeitam a ordem democrática liberal da Alemanha. Eles acreditam estar próximos do colapso, que implodirá em um "Dia X" não especificado.
Naquela ocasião, o grupo pretendia ganhar controle sobre certas áreas na Saxônia e potencialmente em outros estados do leste da Alemanha — principalmente pela força das armas — para estabelecer estruturas governamentais e sociais inspiradas no nacional-socialismo", disse o gabinete do promotor.
Por fim, a promotoria relatou que que o grupo estava preparado com treinamento paramilitar "em equipamento de combate", praticando "guerra urbana, manuseio de armas de fogo… assim como patrulhamento".
A polícia relatou que o grupo dispunha de uniformes camuflados, capacetes de combate, máscaras de gás e coletes à prova de balas. No entanto, as autoridades não informaram se armas foram encontradas junto das pessoas.