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Matérias / Crimes

Elisabeth Fritzl: 24 anos sendo torturada pelo próprio pai

Após um misterioso sumiço em 1984, a jovem estava, na verdade, trancafiada seis metros abaixo de sua casa. Nas mãos de Josef Fritzl, ela teve 7 filhos

Joseane Pereira Publicado em 12/08/2019, às 12h00 - Atualizado em 22/07/2024, às 07h15

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Elisabeth Fritzl - Reprodução
Elisabeth Fritzl - Reprodução

Em 28 de agosto de 1984, a jovem Elisabeth Fritzl, uma garota austríaca de apenas 18 anos, foi dada como desaparecida. A polícia então investigou o sumiço por semanas, e aos pais aflitos restava esperar algum sinal de vida. Foi então que uma carta chegou à residência, onde a garota afirmava ter fugido por não conseguir mais viver em família.

Josef, o pai da garota, chamou a polícia imediatamente, afirmando que sua filha planejava se juntar a um culto religioso e que o caso estaria resolvido. Mas mal sabiam eles que Elisabeth estava muito próxima, trancafiada seis metros abaixo da casa. E que permaneceria lá durante 24 anos.

Anos de tortura

No dia do sumiço, Josef havia chamado a filha para ajudá-lo a consertar a porta da adega familiar, localizada no subsolo. Assim que chegaram, ele forçou a jovem a entrar e a deixou inconsciente com uma toalha encharcada de éter. Todas as manhãs ele a visitava no porão e ocasionalmente passava a noite por lá, justificando à esposa que estava trabalhando nas máquinas que vendia.

No início ele simplesmente a manteve presa, mas a partir do segundo ano ele começou a estuprá-la. 

Local onde Josef escondia a filha / Crédito: Reprodução

Na primeira gravidez de Elisabeth, ela perdeu o bebê após 10 meses. Mas na segunda, com quatro anos de cativeiro, ela deu à luz uma garota que chamou de Kerstin. Dois anos depois outro bebê nasceu, um menino chamado Stefan. As duas crianças permaneceram no porão, recebendo rações semanais de comida e água, e Elisabeth tentou educá-los da forma como era possível.

Nos próximos 24 anos, Elisabeth daria à luz mais cinco crianças. Uma morreu logo após o nascimento, outra permaneceu junto a ela, Kerstin e Stefan e as três restantes foram levadas para o andar de cima, morando com Rosemarie e Josef. Para despistar as suspeitas, ele colocava as crianças próximas à casa junto a cartas de Elisabeth. Por serem parecidas com os supostos avós, os indefesos nunca foram levados pela assistência social.

Liberdade

No ano de 2008, a liberdade veio de forma inesperada. Kerstin, que agora tinha a idade de 19 anos e nunca havia visto a luz do sol, adoeceu gravemente. Desesperada, Elisabeth implorou para que a filha fosse ao médico, e Josef, de má vontade, chamou uma ambulância para salvar a jovem.

No hospital, Kerstin foi interrogada sobre sua família. Como as respostas eram confusas e inconsistentes, a polícia resolveu reabrir o caso do desaparecimento de Elisabeth. Pressionado pela ação policial, Josef surpreendentemente resolveu libertar sua filha em 26 de abril de 2008, e ela foi imediatamente ao hospital ver Kerstin.

Naquela noite, levada sob custódia, Elisabeth contou toda sua história à polícia. Explicou que seu pai a manteve cativa por anos, obrigando- a assistir pornografia e estuprando-a em seguida. Falou sobre os filhos vivos e mortos, e sobre as torturas psicológicas e físicas que sofreu.

Josef foi preso imediatamente. As crianças foram libertadas do porão e Rosemarie Fritzl fugiu de casa por razões ainda não compreendidas. Hoje em dia, a vítima vive com os filhos em uma vila secreta na Áustria. Ela nunca concedeu entrevistas, e apesar de ter mais de 50 anos de idade, sua única fotografia conhecida foi tirada quando ela tinha 16 anos.