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Matérias / Ayrton Senna

O que aconteceu com a McLaren que Senna ganhou em aposta?

No GP da Itália, em 1990, Senna superou seu rival Alain Prost, quebrou a ‘Maldição de Monza’ e ainda ganhou a McLaren MP4/5B

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 30/03/2024, às 09h00 - Atualizado em 01/05/2024, às 14h10

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Ayrton Senna com sua McLaren na temporada de 1990 - Getty Images
Ayrton Senna com sua McLaren na temporada de 1990 - Getty Images

Na temporada de 1990, correndo pela britânica McLaren, Ayrton Senna se tornou bicampeão mundial de Fórmula 1. Dos 16 Grandes Prêmios daquele ano, o brasileiro conquistou pole position em dez deles e saiu vencedor de seis.

Uma das corridas, entretanto, foi especial para Senna: o GP da Itália, em Monza, disputado em 9 de setembro. Além de sua última vitória na temporada, Senna também quebrou uma 'maldição' e ainda ganhou uma aposta que lhe rendeu um prêmio único.

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Senna durante o GP da Itália - Getty Images

GP da Itália

Quase duas semanas após sua vitória no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, no dia 26 de agosto, Ayrton Senna chegou na Itália liderando o campeonato daquele ano com uma vantagem considerável de 13 pontos para Alain Prost, seu eterno rival.

Entretanto, o circuito não trazia boas recordações para o brasileiro. Afinal, nos três anos anteriores, Ayrton esteve próximo da vitória por lá, mas não conseguiu subir no degrau mais alto do pódio. 

Em 1987, por exemplo, Senna liderava a prova, mas acabou rodando numa curva perto do fim e foi ultrapassado por Nelson Piquet. No ano seguinte, sua vitória foi por água abaixo após uma colisão com retardatário francês Jean-Louis Schlesser. Por fim, em 1989, liderava com 20 segundos de folga para Prost, mas seu motor acabou estourando. A 'Maldição de Monza' precisaria ser superada. 

Senna durante o GP da Itália - Getty Images

Outro fator a se considerar era que, embora Prost fosse francês, ele corria pela italiana Ferrari, portanto, sua escuderia disputava uma prova em 'casa'. Enfrentando um jejum que durava 11 anos até então, a equipe faria de tudo para sair vencedora dentro de seus domínios. 

Para dar um tempero a mais em tudo, segundo recorda o site oficial de Senna, naquele final de semana começou a surgir o boato de que o brasileiro acertaria com a Ferrari para a temporada seguinte, onde substituiria Nigel Mansell

Com todos esses fatores, Ayrton Senna acabou fazendo uma aposta com Ron Dennis, chefe da McLaren (que não acreditava em sua vitória): caso subisse no lugar mais alto do pódio, ele ganharia de presente o carro da corrida, a McLaren modelo MP4/5B. Dennis topou e Senna dominou a prova de ponta a ponta.

Um carro especial

Atualmente, a McLaren MP4/5B tem um espaço especial no Instituto Ayrton Senna. O veículo, por si só, já possui toda uma simbologia e significado. Mas durante anos, o carro ainda guardou um segredo que só foi revelado 2019.

A McLaren de Senna em exposição no Instituto Ayrton Senna - Crédito: Equipe Aventuras na História
A McLaren de Senna em exposição no Instituto Ayrton Senna - Crédito: Equipe Aventuras na História
A McLaren de Senna em exposição no Instituto Ayrton Senna - Crédito: Equipe Aventuras na História

Conforme recorda matéria do Globo Esporte, naquele ano, especialistas vieram ao Brasil para que Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, pudesse dar uma volta na McLaren. No entanto, acabaram descobrindo algo inédito: o chassi do veículo era o de número 6, o mesmo em que Senna venceu outras três provas naquele ano. 

A descoberta foi feita por Paul Lazante, especialista em carros históricos, que visitou o Instituto na ocasião. Lazante ainda revelou que o carro passou por melhorias antes de ser entregue para Ayrton.

Após vencer em Monza, Ron prometeu o carro, mas eles continuaram fazendo mais provas pelo resto da temporada. E no final da temporada, pelo que eu soube, a Honda forneceu um motor totalmente novo antes que ele fosse enviado ao Ayrton", disse, conforme repercutiu o GE. 

Jo Ramirez, coordenador da equipe na época, aproveitou a ocasião para relembrar a relação de Senna com o carro: "O Ayrton gostava daquele chassi, que era o de número 6. Ele já havia vencido com ele na Alemanha, Canadá e Bélgica, então ele tinha o desejo de ficar com aquele carro". 

"Vejo que ele conseguiu. Ele tinha uma visão clara do que queria e da onde queria chegar. Ele tinha uma tremenda personalidade, carisma, muita energia e tinha uma aura que o distinguia dos outros pilotos", finalizou.