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Matérias / O Grande Milagre

O Grande Milagre: Veja a história real que inspirou o filme

Baseado em história real, o filme 'O Grande Milagre', um jornalista e uma ativista do Greenpeace tentam salvar baleias

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 10/10/2024, às 13h53

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Cena de 'O Grande Milagre' (2012) e uma das baleias que ficou presa no Alasca - Reprodução/Universal Pictures / Divulgação/NOAA
Cena de 'O Grande Milagre' (2012) e uma das baleias que ficou presa no Alasca - Reprodução/Universal Pictures / Divulgação/NOAA

Nesta quinta-feira, 10, a TV Globo exibirá na Sessão da Tarde, a partir das 15h25, o emocionante filme 'O Grande Milagre'. Lançado em 2012 e dirigido por Ken Kwapis, o filme acompanha uma intensa história de um repórter televisivo e uma ativista do Greenpeace que fazem de tudo para tentar salvar uma família de baleias presa no gelo do Ártico, no fim da década de 1980.

"Em 1989, uma família de baleias fica presa sob o gelo do Ártico, e o repórter Adam Carlson não se conforma com a situação. Disposto a mudar essa realidade, ele começa uma verdadeira batalha ao lado de Rachel Kramer, ativista do Greenpeace, para salvar os animais, da espécie baleia-cinzenta. Juntos, eles conseguem mobilizar pessoas de variados grupos, como os nativos da região, funcionários de empresas petrolíferas e até norte-americanos e russos, históricos inimigos durante a Guerra Fria", narra a sinopse.

No caso, os eventos dramatizados em 'O Grande Milagre' aconteceram em outubro de 1988 em Borrow, na costa do Alasca, quando três baleias cinzentas ficaram presas no gelo marinho. Elas ficaram ali, pois, passaram muito tempo na área de alimentação, e não acompanharam as outras baleias que partiram para o sul durante o inverno.

Confira a seguir alguns detalhes do episódio, e imagens divulgadas pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que participou do resgate, junto ao lançamento do filme de 2012:

Presas no gelo

Após ficarem presas no gelo que se formou no inverno ártico, a família de baleias logo precisou enfrentar um grande risco, que também foi o que preocupou tantas pessoas: sem acesso à superfície, as baleias não poderiam respirar. E por isso elas aproveitavam qualquer pequeno buraco que vissem no gelo para respirar.

Uma das baleias que ficou presa no Alasca em 1988 / Crédito: Divulgação/NOAA

Eventualmente, caçadores inupiat — nativos estadunidenses nômades que habitam a costa ocidental do Alasca desde tempos pré-históricos — apareceram, e ajudaram a cortar buracos maiores no gelo por onde as baleias pudessem respirar, utilizando de motosserras.

O povo inupiat que vive em Barrow e arredores fez a maior parte do corte de buracos, e seu conhecimento e orientação ajudaram a operação a permanecer segura e no caminho certo", disse em entrevista da NOAA o biólogo de mamíferos marinhos Dave Withrow, que participou do resgate.
Fotografia com Withrow ao centro, observando as baleias / Crédito: Divulgação/NOAA

Desafios

Infelizmente, ao longo das duas semanas que o resgate se prolongou, uma das baleias não sobreviveu. Ainda assim, o caso conseguiu bastante repercussão na época, e, segundo Withrow, as empresas estavam ansiosas para ajudar nos esforços, inclusive enviando motosserras para ajudar a cortar buracos no gelo, além de fornecerem geradores para luz e energia.

Buracos cavados no gelo pelos inupiat / Crédito: Divulgação/NOAA

Em meio aos esforços, os socorristas abriram vários buracos no gelo, pensando em levar as baleias de um buraco para o outro e, aos poucos, até o mar. Porém, as temperaturas eram tão baixas, que o gelo rapidamente congelava, e a missão de resgate parecia cada vez mais complicada.

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Fotografia tirada durante os esforços para resgatar as baleias / Crédito: Divulgação/NOAA

Na época, após ver reportagens sobre o caso, uma empresa de Minnesota enviou até mesmo bombas para manter a água circulando, o que evitaria o congelamento de áreas maiores. Além de que os ruídos das bombas também ajudaram a atrair as baleias, tornando mais fácil guiá-las por entre buracos. Mas felizmente a missão foi um sucesso depois que uma ajuda crucial e inesperada surgiu.

Liberdade

Mesmo que no fim da década de 1980 o mundo presenciasse o auge da Guerra Fria, até mesmo autoridades da União Soviética se mostraram ansiosas para colaborar no resgate das baleias. Tanto que eles foram os responsáveis por enviar um navio quebra-gelo, que quebrou uma área considerável da cabeceira da baía, de forma que as baleias tivessem menos riscos à respiração.

Fotografia tirada em 1988 / Crédito: Divulgação/NOAA

Vale mencionar que era importante evitar que o quebra-gelo se aproximasse muito das baleias, para que não se machucassem. Mas felizmente, tudo deu certo e o navio abriu um canal através do gelo, por onde as duas baleias sobreviventes finalmente conseguiram escapar para águas abertas.

Uma vez libertadas, as baleias ainda tinham um caminho difícil, nadando através do gelo emaranhado deixado para trás pelos quebra-gelos, mas nós as levamos ao melhor local possível para retornar ao caminho migratório, e até mesmo o clima estava a seu favor", recorda Withrow, conforme repercute o Live Science.
Pessoas movendo o gelo para facilitar a passagem das baleias / Crédito: Divulgação/NOAA
Baleia emergindo para respirar em meio aos esforços de resgate / Crédito: Divulgação/NOAA

Por fim, o que aconteceu com as duas baleias sobreviventes é um mistério. A princípio, a equipe até pensou em colocar rastreadores de satélite nos animais, mas depois que uma delas faleceu em meio aos esforços de resgate, a equipe decidiu por não estressar mais as restantes.