Disponível no Prime Video, o filme Lee se baseia na trajetória de uma das maiores correspondentes da Segunda Guerra Mundial
Com Kate Winslet no papel principal, o filme "Lee" chama atenção no Prime Video. A obra cinematográfica resgata a trajetória da fotógrafa que se tornou uma das mais importantes correspondentes da Segunda Guerra Mundial: Lee Miller.
Além de menções a sua trajetória como modelo da Vogue, o longa-metragem se concentra na trajetória de Lee como fotógrafa. Talentosa e intrigada com os contornos do conflito que moldou o mundo, ela fotografou vítimas do conflito, os horrores dos nazistas e até mesmo tirou uma foto na banheira de Adolf Hitler, uma das mais emblemáticas do século 20.
O filme também aborda como Miller foi empática com as mulheres, praticamente apagadas pelos horrores do conflito. A vida íntima da fotógrafa, marcada por um segredo traumático, também é resgatada.
Com o lançamento do filme no catálogo da plataforma de streaming Prime Video, explicamos o que aconteceu com a fotógrafa da vida real.
A protagonista, que iniciou sua carreira como modelo da revista Vogue, se tornou um ícone do fotojornalismo. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela passou a fotografar o trabalho do Serviço Territorial Auxiliar, ou seja, o braço feminino do Exército Britânico. Essas mulheres ajudavam os soldados feridos em combate.
Mas, tudo mudou quando Lee passou a trabalhar como fotógrafa credenciada do Exército dos EUA através do Condé Nast Publications. Além de imagens marcantes dos bombardeios em Londres e a libertação de Paris, Miller teve um papel crucial ao cobrir a libertação dos campos de concentração de Buchenwald e Dachau.
Lá, viu de perto os horrores do nazismo. O trabalhou resultou na publicação das imagens dos campos de concentração com o título "Believe It", na revista Vogue dos EUA, na edição de junho de 1945, informa o Smithsonian American Women's History Museum.
Os horrores que presenciou, entretanto, a perseguiram após o fim da guerra. Embora tenha fotografado mulheres ao redor da Europa, principalmente em hospitais, a vida íntima de Miller foi afetada."Ela era assombrada pelo que tinha vivenciado e visto em Buchenwald e Dachau, e parecia impossível retornar a uma vida em casa. Ela se esforçou para escrever as peças que a Vogue lhe designou e sofreu crises de depressão", explica o museu.
Assim como no filme, ela evitava falar sobre o que fotografou durante a guerra. Já em 1947, se casou com Roland Penrose e teve um filho, Anthony. Seu trabalhou continuou na Vogue, enquanto escrevia artigos, e fotograva nomes famosos, como Picasso e Max Ernst.
Lee faleceu em 1977, de câncer. Felizmente, seu trabalho e importância para a História foi resgatado por Anthony. Ao lado de sua esposa, criou o Lee Miller Archives. É através da instituição que passou a catalogar e exibir o material que encontrou no sótão da mãe, até então, nunca publicado. Inclusive, o filme é baseado em "The Lives of Lee Miller" ("As Vidas de Lee Miller", em tradução livre), livro escrito por ele em homenagem à mãe.
Em entrevista ao Russh, ele rasgou elogios para a interpretação de Winslet: "A primeira vez que vi o filme inteiro, fiquei completamente impressionado porque pensei que ela [Lee Miller] estava lá de verdade. Pensei que alguém tinha encontrado uma maneira de filmar minha mãe. Era tão real; o diálogo, o tom de voz, a aparência, os maneirismos. A ilusão se tornou realidade", explicou ele.
Com cenas impressionantes e desempenho marcante do elenco, o filme "Lee" pode ser assistido no catálogo da plataforma de streaming Prime Video.