Presos aguardando pelo julgamento sobre os assassinatos dos pais, Erik encontrou outro acusado midiático: "Ele confiava em nós"
Enquanto estavam presos aguardando pelo julgamento sobre os assassinatos de seus pais, Lyle e Erik Menendez fizeram uma 'amizade' um tanto quanto inesperada atrás das grades: o ex-astro da NFL O.J. Simpson. "Ele conhecia Erik e eu e confiava em nós", relatou Lyle
Em julho de 1996, eles acabaram sendo condenados à prisão perpétua. A história sobre os crimes acaba de chegar na Netflix com o lançamento da série 'Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', parte da antologia 'Monstros'.
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Saiba mais sobre a relação de Lyle e Erik Menendez com O.J. Simpson antes de assistir à produção que já é a mais assistida dentro da plataforma de streaming.
Em 17 de junho de 1994, Nicole Brown Simpson (de 35 anos) e seu amigo Ron Goldman (de 25), foram brutalmente esfaqueados até a morte no jardim da casa de Nicole em South Bundy Drive em Brentwood, Los Angeles (Califórnia).
O.J. Simpson, ex-marido de Nicole, logo se tornou o principal suspeito pelos crimes e, dias depois, acabou detido após uma perseguição policial acompanhada ao vivo pela televisão.
"Eu não o vi chorar, mas acredito que ele estava. Eu podia ouvi-lo gemendo", relatou Erik Menendez ao jornalista Robert Rand, que detalhou a primeira noite de Simpson na Prisão Masculina do Condado de Los Angeles em seu livro 'The Menendez Murders'.
Enquanto O.J. Simpson estava sendo detido acusado dos assassinatos, os irmãos Menendez eram julgados por um crime tão sórdido quanto — o primeiro júri acabou sendo anulado meses depois.
Foi muito deprimente, muito triste. Quase chorei quando sua carta de suicídio foi lida na TV", prosseguiu Erik, que tinha 23 anos, à Rand.
Sobre as mortes de José e Kitty Menendez, nunca houve discussão sobre se Lyle e Erik eram culpados ou não. A autoria dos crimes sempre foi clara. Mas a motivação por trás do ato é algo debatido até hoje. Os irmãos alegaram que os assassinatos foram cometidos porque o patriarca da família abusava sexual e fisicamente deles, enquanto Kitty era conivente com as ações.
Quando O.J. foi preso, conforme recorda matéria do New York Post, o ex-astro da NFL foi colocado em uma cela ao lado de Erik. "Ei, Erik, é o OJ!", recordou Menendez sobre a primeira interação que tiveram, conforme descrito no livro de Rand.
O caçula da família Menendez ainda apontou que tentou dar dicas a Simpson de como sobreviver atrás das grades: "Eu disse a ele para não falar com os delegados ou presos sobre seu caso. Eu disse a ele para não se preocupar — apenas se acalmar e relaxar. Depois daquela longa perseguição, você pode imaginar em que estado ele estava…".
Ele não estava feliz em estar na cadeia como qualquer outra pessoa", acrescentou. "Ele não era pior do que eu ou Lyle. Ele estava realmente delirando, pensando que sairia em três semanas".
Grande estrela da liga nacional de futebol americano e figurinha carimbada em filmes e comerciais, O.J. Simpson era uma celebridade quando foi detido em 1994. E seu status foi mantido dentro da prisão, conforme recordou Erik à Rand.
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Um ponto que mostrava isso é que todos os policias pediam autógrafos para Simpson, que cada vez mais afundava nas acusações. "Eles estavam dando a ele boa comida — a comida de oficial (rosbife, costeletas de porco, burritos), e eles estavam deixando ele usar o telefone o dia todo. Eles mantinham o celular dele aberto o tempo todo".
Eles o tratavam como realeza. Todos estavam impressionados com ele. Todos queriam falar com ele", relatou.
Erik e Lyle também conheciam O.J. por sua carreira em Hollywood, consolidada após sua aposentadoria da NFL. Uma década antes do reencontro atrás das grades, os irmãos Menendez conheceram Simpson quando seu pai teve uma reunião com executivos na Hertz — onde o ex-atleta era garoto propaganda.
Apesar do contato entre Erik e O.J. ser constante através das frestas das portas de suas celas, eles pouco se viam pessoalmente. O contato visual acontecia, em suma, quando eles iam e voltavam dos chuveiros.
Foi triste ver OJ Simpson do outro lado daquele muro. Eu disse a ele para ser corajoso. Toda vez que ele passava pela minha cela, ele sorria e piscava para mim", lembrou.
Erik também recordou que, certa vez, chegou a deixar uma carta para Simpson no chuveiro: "Eu disse a ele muitas coisas. 'Esta é a vida dele', eu disse. 'Quando você chorar — lembre-se dessas lágrimas. Segure-as porque você está chorando por seus filhos, você está chorando por tudo que está perdendo’. Eu disse 'lembre-se de quem está fazendo isso com você e lute — continue lutando'. Eu disse a ele que você tem que começar a se preocupar com sua vida, não com sua reputação".
Por fim, Robert Rand questionou se Lyle Menendez achava que O.J. Simpson havia matado Nicole Brown e Ron Goldman: "Com certeza", ele afirmou. "Ele conhecia Erik e eu e confiava em nós", finalizou.
Ao contrário dos irmãos Menendez, porém, O.J. Simpsonacabou absolvido pelos assassinatos em outubro de 1995 — um dos veredictos mais polêmicos de toda a história do sistema de justiça dos Estados Unidos.
