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Matérias / Curiosidade

A impressionante história do piloto que foi sugado em pleno voo

Tim Lancaster precisou sobreviver a cerca de meia hora pendurado para fora da aeronave, segurado pelos pés por três comissários de bordo

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 17/01/2021, às 16h00 - Atualizado às 18h00

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Recriação do famoso momento - Divulgação / Twitter
Recriação do famoso momento - Divulgação / Twitter

Era junho de 1990 e o voo 5390 da companhia aérea British Airways com destino à Espanha ia bem, até que de repente duas janelas frontais da aeronave se soltaram, despressurizando a cabine de controle e atirando o pilotoTim Lancaster para fora. Para agravar ainda mais a situação, em algum ponto disso tudo o corpo do homem se chocou com os botões de painel, desativando o piloto automático. 

A única coisa boa a respeito desse momento caótico foram os reflexos ágeis do comissário de bordo Nigel Ogden, que foi capaz de agarrar os tornozelos do piloto antes que ele fosse inteiramente sugado para fora do avião. 

Felizmente para todos os funcionários e passageiros daquele voo, essa ação se mostrou decisiva para que eles tivessem um pouso seguro, a despeito da grande falha mecânica que precisaram enfrentar. 

Isso porque o corpo de Lancaster poderia ter se chocado com as turbinas, o que teria causado a queda inevitável do avião, muito provavelmente levando à morte instantânea de todos dentro dele. 

Fotografia de avião do mesmo modelo do que fazia o voo 5390 / Crédito: Wikimedia Commons

Como a situação desfavorável foi contornada 

O corpo do piloto do voo 5390 podia não ter sido atirado contra as turbinas e causado a morte certa para todas as pessoas do avião, todavia isso não significava que a situação estava sob controle. 

Muito pelo contrário: a aeronave estava caindo a uma velocidade de quase 650 quilômetros por hora, enquanto o co-piloto Alistair Atchinson lutava com os controles, tentando estabilizar o voo. Nesse momento, ele também gritava “Mayday” repetidamente pelo rádio, que é um código que serve para avisar a central do alto risco de acidente aéreo. 

Para piorar, o descontrole da aeronave ainda ocorria em meio a uma das regiões de maior tráfego aéreo do mundo, segundo contou Ogden mais tarde em entrevista ao Sydney Morning Herald. 

Outros dois comissários de bordo apareceram para acudir o capitão pendurado para fora do avião. Nem a força dos três homens somada, todavia, conseguiu trazê-lo de volta para dentro. 

A única escolha deles era continuar segurando-o até um pouso de emergência ser feito. O que, infelizmente, não seria rápido: eles ainda estavam a uma altitude muito alta para isso. Até lá, a vida de todos a bordo do voo dependia da capacidade deles de não soltar os pés de Tim Lancaster

Fotografia recriada de como teria sido o episódio / Crédito: Divulgação/ Twitter

Pouso 

“Seu rosto estava batendo contra a janela com sangue saindo de seu nariz e do lado de sua cabeça, seus braços estavam se debatendo e pareciam ter cerca de 2 metros de comprimento. O mais assustador é que seus olhos estavam bem abertos. Nunca vou esquecer aquela visão enquanto eu viver", comentou também Ogden ao veículo australiano. 

Felizmente, após vinte minutos de pura tensão, a equipe do voo 5390 conseguiu chegar à terra firme sã e salva. O único ferido foi o capitão, que embora estivesse com ossos quebrados e semi congelado, foi capaz de se recuperar depois e voltar a pilotar aeronaves. 

Mais tarde, foi descoberto que o motivo das janelas do avião terem se soltado foi um erro da equipe de manutenção, que usara os parafusos errados para prendê-las.


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