Com táticas brutais, o conquistador tomou o controle da majestosa cidade e deu início à colonização espanhola na região
Há exatos 500 anos, em 13 de agosto de 1521, acontecia o Cerco de Tenochtitlán, episódio que marcou o término da conquista do Império Asteca pela Espanha e o início da colonização da América pelo país ibérico.
Um povo nativo da América Central, os Astecas viviam como uma confederação de cidade-estado que jurava lealdade ao imperador, cuja influência política se estendia por toda a região. Sua capital, Tenochtitlán, era uma das maiores cidades do mundo à época.
Situada no meio do Lago Texcoco, a suntuosa cidade possuía um enorme sistema de aquedutos e canais, além de belos palácios, templos e mercados. Sua população era composta por aproximadamente 300 mil habitantes devotos ao imperador.
Antes de chegar à capital do império em 1519, o conquistador espanhol Hernán Cortés, fez diversas alianças com os povos indígenas subjugados pelos Astecas. Tomou, também, a nativa Malinche como amante, sendo que ela o auxiliava na tradução e na comunicação com os indígenas. Até hoje, o nome da moça é sinônimo de traição no México.
Ao chegarem, os espanhóis foram bem recebidos pelos Astecas. Embora essa visão seja disputada por historiadores, por muito tempo acreditou-se que os nativos tenham interpretado a chegada dos europeus como o retorno do deus-serpente Quetzalcoatl.
Os relatos de que teria sido tratado como divindade veio do próprio Cortés, em cartas ao rei Carlos V. Usando disso, ele iniciou a conquista do império, prendendo Montezuma em seu próprio palácio e tornando-se, de fato, o governante da gigantesca cidade.
Por dois anos, diversas batalhas se sucederam. Apesar da longa distância, os espanhóis eram tecnologicamente mais avançados, possuíam as alianças feitas por Cortés, o que aumentava seu exército, e tinham a seu favor um dos fatores mais cruéis: a guerra biológica. O sistema imunológico nativo não estava habituado às doenças europeias como a varíola, e muitos foram dizimados dessa forma.
Apesar de eventualmente terem expulsado os espanhóis da cidade na chamada Noite Triste, o destino dos Astecas estava selado. Dizimados pela varíola, abandonados pelos povos que antes dominavam e enfrentando um inimigo cuja tecnologia era superior, era só questão de tempo até que os conquistadores voltassem.
E assim eles fizeram, com um contingente ainda maior. Em 13 de agosto de 1521, após três meses de um longo e violento cerco, Tenochtitlán foi finalmente tomada. Sobre suas ruínas, iniciava-se a construção da Cidade do México, marcando o início da colonização da América pelos espanhóis.