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Matérias / Personagem

Por trás do glamour hollywoodiano: a vida infeliz de Gene Tierney

A artista, famosa por seus papéis no cinema e teatro, passou por episódios de depressão e ansiedade; recebendo 27 tratamentos de eletrochoque

Nicoli Raveli Publicado em 13/03/2020, às 09h00

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Atriz Gene Eliza Tierney na década de 1940 - Wikimedia Commons
Atriz Gene Eliza Tierney na década de 1940 - Wikimedia Commons

A atriz americana de cinema e teatro, Gene Eliza Tierney, ficou conhecida pelo seu talento misturado com uma beleza fora do comum. Nascida em 1920 em Nova York, foi criada em Connecticut e frequentou a esola St. Margaret’s, na qual escreveu seu primeiro poema na revista da escola, intitulado Night. Sua vida no teatro começou ao interpretar Jo em uma produção escolar baseado em um romance.

Com o término da escola, Gene foi à Europa para estudar francês e, posteriormente, voltou aos Estados Unidos. Algum tempo depois, ela visitou a Warner Bros acompanhada da família, local onde seu primo trabalhava como produtor de curta metragem. O diretor do local, Anatole Litvak, ficou encantado bela beleza da jovem de 17 anos e disse que deveria investir na carreira de atriz. Inicialmente, a produtora desejava assinar um contrato com a mulher, mas seus pais acreditaram que não seria uma boa ideia devido ao baixo salário. 

Tierney se tornou famosa em 1938, pouco tempo antes de tomar a decisão de seguir a carreira. Seu pai, que antes não a apoiava, afirmou que se a filha quissesse seguir tal profissão, seria para trabalhar em um teatro famoso. Após a afirmação, a garota passou a estudar atuação em um estúdio localizado em Greenwith Village, em sua cidade natal, e seu professor foi o ator e diretor da Broadway, Benno Schneider.

Em seu primeiro papel, Gene participou de um teatro da produtora ao carregar um balde de água em What a Life, de 1938. Pouco tempo depois, um crítico da revista Variety afirmou que ela era a transportadora de água mais bonita que ele já havia conhecido.

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Gene foi capa de diversas revistas americanas / Crédito: Wikimedia Commons

No mesmo ano, a artista fez o papel de uma estudiosa em The Primrose. Mais iria além. Em 1939, ela participou do Mrs. O'Brien Entertains, interpretando Molly O’Day. “Como uma donzela irlandesa recém-chegada do país antigo, Gene Tierney em sua primeira apresentação é muito bonita e refrescante modesta”, escreveu um crítico do New York Times.

Meses depois, ela apareceu em Ring Two e recebeu mais críticas favoráveis. "Não vejo razão para que a senhorita Tierney não tenha uma carreira teatral interessante - isto é, se o cinema não a sequestrar", disse Richard Watts Jr.

Como forma de promover e financiar a carreira da filha, seu pai criou uma corporação intitulada Belle-Tier. Em 1939, a Columbia Pictures assinou um contrato com a atriz, mas falhou em encontrar um projeto para ela. Dessa maneira, Tierney decidiu que retornaria à Broadway, onde participou de um comercial e foi elogiada por Brooks Atkinson, que afirmou que a mulher brilhou com animação em seu melhor desempenho.

Diante tanto sucesso, Gene foi destaque de revistas como Life, Vogue e Collier’s Weekly. Com uma carreira brilhante, não estava satisfeita com seus esforços e começou a fumar para tornar sua voz mais baixa já que, de acordo com ela, parecia uma Minnie Mouse zangada.

Com episódios difíceis em sua vida, Gene lutou por muitos anos com a depressão e ansiedade. Após um ano, ela deu à luz uma menina, Daria, que nasceu com deficiência mental e surda, resultado de uma fã que infectou a grávida enquanto era voluntária na Cantina de Hollywood. Ela já era mãe de Christina, fruto de seu relacionamento com Oleg Cassini, figurinista e estilista.

Tierney com a filha, Tina / Crédito: Wikimedia Commons

Dez anos depois, a artista apresentou problemas de concentração, o que afetou sua carreira. Ela decidiu que passaria por consultas psiquiátricas e foi internada em Nova York. A artista enfrentou tratamentos com eletrochoque.

Em 1957, ela foi até o apartamento da mãe em Manhattan e ficou cerca de 20 minutos na borda do 14° andar. Tal ação foi considerada pela polícia como uma tentativa de suicídio. Após o ato, a família insistiu que fosse internada em uma clínica localizada em Kansas. Ela aceitou o pedido, entretanto, no ano seguinte, a artista recebeu alta e demorou um ano para voltar a profissão e, quando voltou, desistiu pouco tempo depois.

Após a separação do casal, Tierney conheceu Howard Lee com quem se casou em 1960. No mesmo ano, a famosa reapareceu como atriz ao fazer parte do elenco de General Electric Theatre, no período que descobriu que estava grávida. A 20th Century Fox anunciou que ela também participaria como atriz principal de Return to Peyton Place. Porém, ela decidiu se afastar novamente após ter um abordo espontâneo aos 5 meses de gravidez, o que agravou seu caso de depressão. Em novembro de 1991, Tierney morreu de enfisema apenas três dias antes de seu 71° aniversário.


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