No documentário As Crianças Perdidas, a Netflix revela as intensas buscas pelas crianças que desapareceram após a queda de um avião
Redação Publicado em 18/11/2024, às 16h00
Um episódio notável de sobrevivência, ocorrido no ano passado, envolvendo quatro crianças indígenas do sudeste da Colômbia, chamou a atenção mundial. Lesly (13 anos), Soleiny (9 anos), Tien Noriel (4 anos) e Cristin Neriman (1 ano) enfrentaram 40 dias nas condições hostis da floresta amazônica após um acidente aéreo que resultou na morte trágica de sua mãe e outros dois adultos.
A queda do avião, que partiu de Araracuara com destino a San José del Guaviare em 1º de maio, deu origem a uma história inspiradora de resiliência e superação. Agora, essa narrativa ganha destaque no documentário "As Crianças Perdidas", disponível na Netflix. A produção traz imagens das operações de busca e relatos emocionantes dos familiares e membros da equipe de resgate.
Em um desdobramento do caso, no dia 11 de agosto do ano passado, Manuel Ranoque, pai das duas crianças mais novas, foi detido pela polícia colombiana. A Procuradoria Geral da República confirmou a prisão em Bogotá, destacando que a prisão fora solicitada por um procurador e homologada por um juiz.
Embora detalhes adicionais sobre o caso não tenham sido divulgados, é sabido que as acusações envolvem suposto abuso sexual. "Ele é acusado de abusar de sua enteada" Lesly, desde os 10 anos, afirmou o Ministério Público.
Magdalena Mucutuy, mãe das crianças, faleceu na tragédia. A família viajava para Bogotá para se encontrar com Ranoque, que havia deixado sua posição como governador em uma reserva indígena devido a ameaças de um grupo dissidente das FARC.
Após o acidente, as crianças sobreviveram com recursos escassos encontrados na selva, incluindo farinha de mandioca, que levavam na viagem. Ranoque esteve à frente dos esforços de resgate ao lado de soldados e guardas indígenas.
A repercussão do resgate trouxe à tona denúncias contra o homem e tensões com os avós maternos das crianças. Com a alta do Hospital Militar de Bogotá, o ICBF decidiu manter a custódia temporária enquanto investigava as alegações. Em defesa, ele negou as acusações e exigiu a custódia dos filhos.
Os avós maternos, Narciso Mucutuy e María Fátima Valencia, afirmaram que Ranoque maltratava Magdalena e os netos. Eles também relataram suspeitas de abuso sexual contra Lesly, a mais velha dos irmãos.
Na época, o casal também esteve em disputa pela guarda das crianças não só contra Ranoque, mas também contra Andrés, ex-marido de Magdalena e pai biológico das duas filhas mais velhas.
Em junho deste ano, a BBC noticiou que Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF) informou que "Os irmãos estão sob os cuidados do ICBF, mas sua guarda está nas mãos do pai".
