Novo documentário da Netflix, 900 Dias sem Anabel resgata a história por trás do agoniante sequestro de Anabel Segura
Entre os lançamentos true crime da Netflix, a série documental "900 Dias Sem Anabel", retrata a perturbadora saga da jovem Anabel Segura. Com lançamento marcado para a sexta-feira, 22, a produção revive o sequestro da estudante.
Com três episódios, a produção não só detalha os crimes brutais cometidos contra Segura, mas também aborda os meses subsequentes de extorsão enfrentados por sua família, com gravações inéditas dos responsáveis pelo rapto.
Anabel Segura Foles, uma jovem de 22 anos de La Moraleja, uma área de Alcobendas na Comunidade de Madrid, estudava na universidade privada ICADE. Filha mais velha de um empresário bem-sucedido no setor petroquímico, sua vida mudou drasticamente em em 12 de abril de 1993.
Naquele dia, enquanto corria em seu bairro, Anabel foi abordada por Emilio Muñoz Guadix e Candido "Candi" Ortiz Aon, informa a revista Cosmopolitan. Os dois homens planejavam sequestrar alguém na região para pedir resgate. Com uma faca, abordaram Anabel, que resistiu antes de ser forçada a entrar em uma van branca.
Um zelador local testemunhou o incidente e alertou a polícia imediatamente, mas não foi capaz de identificar a placa do veículo. Após o sequestro, Anabel foi levada para uma fábrica abandonada em Numancia de la Sagra, Toledo. Ela tentou escapar, mas foi em vão: acabou estrangulada e enterrada nas proximidades. Apesar do homicídio, os sequestradores seguiram com seu plano original, exigindo resgate da família.
Dois dias após o crime, os criminosos pediram 150 milhões de pesetas espanholas à família, iniciando um longo período de negociações frustradas. O pai de Anabel hipotecou sua casa e até mesmo contratou investigadores particulares na esperança de reencontrar a filha. Contudo, os encontros marcados para pagamento nunca ocorreram.
Três meses depois do sequestro, os criminosos enviaram uma fita à família Segura com uma voz supostamente de Anabel pedindo para voltar para casa. Na realidade, a voz era de Felisa Garcia, esposa de Muñoz Guadix, que auxiliou na fraude.
Somente em 30 de setembro de 1995, 900 dias após o desaparecimento de Anabel, seu corpo foi encontrado no local onde fora mantida cativa. A descoberta do corpo não levou imediatamente a prisões; entretanto, quando as gravações foram divulgadas na televisão, um morador reconheceu a voz como sendo a de Ortiz Aon.
Graças à denúncia anônima feita por um residente de Escalona, Toledo – que identificou Ortiz como "Candi", o encanador da cidade – a polícia conseguiu prender os envolvidos: Ortiz Aon, Muñoz Guadix e sua esposa.
Ambos confessaram o sequestro com intenção apenas de resgate e não homicídio. Em 1999, foram condenados a 39 anos de prisão cada um; posteriormente suas penas foram ampliadas para 43 anos pelo Supremo Tribunal. Felisa Garcia recebeu seis meses por sua participação no encobrimento.