Há mais de cem anos, soldados austríacos se abrigaram em uma caverna na Itália e deixaram para trás diversos objetos
No mês de maio de 2021, uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta de uma série de artefatos da época da Primeira Guerra Mundial dentro de uma caverna do norte da Itália, mais especificamente no Monte Scorluzzo.
O local, que fica próximo à passagem Stelvio, abrigou 20 soldados austríacos logo nos primeiros dias do conflito.
Apesar da existência do abrigo já ser de conhecimento de muita pessoas há vários, os pesquisadores somente foram capazes de entrar na caverna no ano de 2017, após o derretimento de uma geleira que havia ao redor do local.
De acordo com informações da CNN, dentro do abrigo havia, entre diversos outros itens, restos de comida, pratos e jaquetas feitas com peles de animais. Além disso, segundo o historiador Stefano Morosini, entrevistado pelo portal, há cinco anos foram encontrados no local os corpos de dois soldados.
Junto a eles estavam documentos, que permitiram a identificação dos mesmos e, posteriormente, a entrega dos restos mortais aos familiares.
A descoberta desses elementos históricos revelaria, na visão do pesquisador, o "cotidiano muito pobre” dos soldados da época, que, em meio dos horrores de uma guerra, tiveram de lidar com “condições ambientais extremas”.
“Os soldados tiveram que lutar contra o ambiente extremo, lutar contra a neve ou as avalanches, além de lutar contra o inimigo”, disse Morosini, que explicou que as temperaturas na região podem chegar a -40 graus Celsius.
Conforme informou a fonte, a geleira local derrete um pouco mais a cada verão, sendo que, todos os anos, novos itens são revelados. “É uma espécie de museu a céu aberto”, declarou Morosini.
Até o momento, foram recuperados mais de 300 objetos, que incluem colchões de palha, munições, capacetes e jornais da época, itens esses que deverão ser levados a um museu com a temática da Primeira Guerra Mundial, na cidade de Bormio. A inauguração da nova coleção está prevista para o final no ano de 2022.
“As descobertas na caverna do Monte Scorluzzo nos dão, depois de mais de cem anos, uma fatia da vida a mais de 3.000 metros acima do nível do mar, onde o tempo parou em 3 de novembro de 1918, quando o último soldado austríaco fechou a porta e desceu apressado”, declarou em comunicado o Museu da Guerra Branca, localizado na região de Adamello.