Em 2009, voo AF447 caiu no Oceano Atlântico — perto de Fernando de Noronha — durante uma tempestade; ao todo, deixou 228 vítimas
Nesta segunda-feira, 17, um tribunal de Paris inocentou a companhia aérea Air France e a fabricante europeia Airbus pela queda do voo AF447, em 2009, que vitimou 228 pessoas. As empresas eram acusadas de homicídio doloso.
Durante o veredicto, o tribunal apontou que, embora tenham cometidos "falhas", não foi possível apontar "nenhuma relação de causalidade" com o acidente, relatou o G1. "Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito", continuou o órgão.
Conforme recorda o The Guardian, o Airbus A330 viajava do Rio de Janeiro para Paris quando caiu no Oceano Atlântico — perto de Fernando de Noronha — durante uma tempestade.
Familiares das vítimas, desde então, lutaram na Justiça contra as empresas para resolver o que disseram ser falhas que levaram ao pior desastre aéreo da história da Air France. O caso foi o primeiro julgamento na França por homicídio involuntário corporativa da história, cuja pena máxima poderia chegar a uma multa de 225 mil euros.
O veredicto ocorreu semanas após um julgamento que durou dois meses no ano passado, quando o Ministério Público havia sugerido que era impossível provar que qualquer uma das duas empresas fossem culpadas.
Depois de dois anos de buscas pelas caixas-pretas do A330, um relatório da autoridade de investigação aérea da França apontou ter descoberto falhas nos sensores de velocidade do Airbus, chamados de tubos de Pitot, que congelaram durante uma tempestade sobre o Atlântico. O cenário teria desencadeado uma cadeia catastrófica de eventos.
O relatório apontou, relata o The Guardian, que os pilotos da Air France não tinham treinamento para lidar com essa situação — o que fez a aeronave cair em queda livre sem responder aos alertas de estol.