Internautas comentam vídeo em que ex-atleta e atletas consomem carne banhada a ouro
Um vídeo que circula nas redes sociais e causa polêmica mostra o ex-jogador Ronaldo ao lado de dois atletas da seleção brasileira, Vinicius Jr. e Éder Militão, comendo carne banhada a ouro 24 quilates em um restaurante luxuoso no Catar, país sede da Copa do Mundo 2022. O valor do prato é avaliado em R$ 9 mil.
No Twitter, o padre e ativistaJúlio Lancellotti, que ajuda pessoas em situação de rua, republicou a gravação com a legenda 'vergonha'. Os comentários do Tweet mostram críticas aos torcedores e ataques ao pároco.
"O Ronaldo morava aqui perto e tem origens bem humildes. Creio que ele deveria repensar antes de ostentar. O dinheiro é dele, tudo bem, mas a ostentação quando há milhares na miséria não condiz com um ser humano de bom caráter", escreveu Francisco Tenório na publicação de Júlio.
Outro internauta até mesmo criticou o jogador Éder Militão: "E Militão, que recusa o valor de pensão a filha, alegando instabilidade da profissão, estava lá, comendo ouro".
Uma conta defende os atletas, mas também explica por que o Padre Júlio tem razão em criticar o vídeo. "Eles tem direito de fazer o que quiserem, porém o padre Júlio é o que realmente tem lugar de fala aqui, pois ele trabalha diretamente com os pobres e menos favorecidos e só ele sabe o quão difícil é assistir a isso, enquanto tem pessoas que nada tem", escreveu.
Vergonha pic.twitter.com/vcqhmuknHo
— JULIO LANCELLOTTI (@pejulio) December 4, 2022
Outros internautas, todavia, defendem os atletas. "Gente, acredito que seja um momento de festejar a vida. Logicamente que a posição deles não é de 100% do tempo de folga estar nesse tipo de diversão. A maioria ali se não todos têm alguma participação em projeto social. Vamos ser tolerantes pois nem td na vida dv ser militância", respondeu um internauta no Tweet do padre.
Para a Coluna de Chico Alves, no UOL, o religioso explicou o seu ponto de vista sobre o vídeo. "É escandaloso num país onde 33 milhões de pessoas vivem a fome, em um mundo onde há milhões de pessoas que passam fome e que morrem vítimas da desnutrição e num país como o Qatar, onde há uma imensa pobreza e grande desigualdade. É um acinte tamanha ostentação".
O padre também diz não haver a necessidade de gravar e publicar o vídeo. "Eticamente não é aceitável. Para que filmar isso e mostrar? Pra que viver isto? Para filmar e mostrar", destacou. "Seria um gesto muito mais solidário se todos eles partilhassem", afirmou ele ao colunista.