Datados de meados do século 17, os vestidos foram encontrados em baú que resistiu ao tempo
Publicado em 15/06/2023, às 17h34 - Atualizado em 16/06/2023, às 19h18
Mais de tres séculos e meio após o naufrágio de um navio mercante holandês na costa de Texel, no Mar do Norte, uma equipe de mergulhadores conseguiu recuperar baús contendo bens de luxo e levá-los à superfície. O naufrágio, que envolveu um navio não identificado, ocorreu em 1660.
Dentro dos baús, pesquisadores do Museu Kaap Skil, na Holanda, encontraram roupas, tecidos, talheres, encadernações de livros de couro e outros bens que provavelmente pertenceram a pessoas das classes sociais mais altas nos séculos passados, segundo informações da CNN Internacional.
Como as peças de roupas encontradas eram todas de tamanhos diferentes, os especialistas acreditam que pertenciam a uma família que estaria em meio a uma viagem.
Entre os itens mais impressionantes, podemos destacar dois vestidos luxuosos feitos de seda, quase intactos se considerarmos o tempo que estiveram submersos.
Um desses vestidos, que é bastante trabalhado com detalhes em prata, seria, muito provavelmente, um vestido de noiva, conforme teorizaram os pesquisadores.
Como destaca a fonte, são raros os casos de tecidos e roupas do século 17 que permanecem preservados hoje em dia. Ainda mais incomum é encontrá-los em naufrágios, uma vez que o tecido se degrada rapidamente.
Como compartilhado pelo museu, a restauradora têxtil e conselheira Emmy de Groot expressou sua emoção ao ver a roupa pela primeira vez:
A roupa é algo muito pessoal. E você está segurando algo em suas mãos que foi usado no corpo de alguém. Quão perto você pode chegar de alguém do século 17?" disse ela.
O vestido prateado, revelado ao público em novembro de 2022, juntou-se à coleção de itens recuperados do Naufrágio de Palmwood, como é conhecido o evento, no Museu Kaap Skil. A peça foi encontrada em partes separadas, contando com corpete e saia.
"Deve ter sido um dos vestidos mais extraordinários que uma senhora das classes sociais mais altas da Europa Ocidental teria usado em sua vida. A prata desaparece e se deteriora relativamente rápido em ambientes salgados, mas os traços e padrões das decorações originais ainda são visíveis", disse o conservador Alec Ewing.
O segundo vestido, revelado no ano de 2016, é feito de damasco de cetim de seda, e apresenta um tecido com padrão floral. A peça conta com corpete, mangas bufantes e uma saia plissada completa, com abertura frontal, similar às modas da Europa Ocidental entre 1620 e 1630.
Além disso, o vestido apresenta mangas adornadas com borlas de seda e botões de prata ou dourados, além de uma gola alta feita de linho ou renda, entre outros detalhes.
De acordo com a fonte, originalmente, a peça tinha uma cor única. Entretanto, com o passar do tempo, os corantes foram se dissolvendo e outras roupas no mesmo baú acabaram por deixar manchas no tecido, passando a ter três cores: marrom, creme e vermelho.