No Twitter, o primeiro-ministro de Israel repudiou a sátira, que faz alusão à última refeição de Jesus — mas também ironiza suposto escândalo de corrupção
Segundo informações da agência de notícias Reuters, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, não gostou nenhum pouco de uma escultura em que ele parece estar desfrutando de um banquete da "Última Ceia".
A obra satírica, de autoria do artista Itay Zalait, foi feita, segundo o autor, para simbolizar a "Última Ceia da democracia israelense". Em resposta, Netanyahu escreveu no Twitter que a exibição é "uma vergonhosa ameaça de crucificação".
A escultura repudicada pelo premiê faz referência ao clássico tema religioso da pintura de Leonardo da Vinci. A temática original retrata a refeição final de Jesus antes da crucificação, na qual Cristo aparece comendo junto com seus apóstolos.
Obra representando a “Última Ceia” de Netanyahu irrita líder israelense https://t.co/phPhb0Dkdp
— Reuters Brasil (@ReutersBrasil) July 29, 2020
Entretanto, na versão com Netanyahu, ele aparece solitário em uma mesa de 10 metros de comprimento. O político agarra sozinho um bolo que se parece com a bandeira de Israel, enquanto está inserido em um cenário de fartura: há à sua disposição um charuto, frutas, carnes, Champanhe Moet & Chandon, uísque Chivas Regal e conhaque Courvoisier.
De modo irônico, o banquete faz alusão às três acusações de corrupção que caem contra Netanyahu. Elas incluem afirmações de que ele ganhou de modo ilícito regalias como champanhe e charutos do empresariado.
Ainda que o premiê negue as supostas irregularidades, um primeiro julgamento contra o primeiro-ministro foi aberto no último mês de maio. As testemunhas, todavia, devem começar a depor apenas no ano que vem, em janeiro.