A chamada 'Doutrina da Descoberta' foi oficialmente repudiada pela Igreja Católica em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 30
O Vaticanorepudiou formalmente nesta quinta-feira, 30, a chamada "doutrina da descoberta", a qual foi utilizada durante a era colonial para justificar as conquistas européias da África e das Américas. Conforme apontou o papa Francisco, tal doutrina "não faz parte do ensinamento da Igreja Católica".
Segundo informações do portal de notícias G1, a instituição religiosa reconheceu em comunicado que documentos papais do século 15 foram usados por potências coloniais com o objetivo de legitimar ações como a escravidão.
De acordo com a fonte, o Vaticano mencionou especificamente as bulas papais Dum Diversas (Até Diferentes) de 1452, Romanus Pontifex (O Romano Pontífice) de 1455 e Inter Caetera (Entre Outras Coisas) de 1493.
A pesquisa histórica demonstra claramente que os documentos papais em questão, escritos em um período histórico específico e ligados a questões políticas, nunca foram considerados expressões da fé católica", diz o texto.
O documento diz ainda que "foram manipulados para fins políticos por potências coloniais concorrentes para justificar atos imorais contra os povos indígenas que foram realizados, às vezes, sem oposição das autoridades eclesiásticas".
Os departamentos de cultura e desenvolvimento humano do Vaticano admitiram que as bulas, que deram cobertura política às conquistas espanholas e portuguesas na África e nas Américas, "não refletiam adequadamente a igual dignidade e direitos dos povos indígenas".
É justo reconhecer esses erros, reconhecer os efeitos terríveis das políticas de assimilação e a dor vivida pelos povos indígenas e pedir perdão”, disseram.