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Notícias / China

Universidade chinesa supostamente quer saber "estado mental" de alunos LGBTQ+

Um documento vazado nas redes mostra o que parece ser um pedido insólito por parte da instituição educacional

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/08/2021, às 15h33

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Fotografia do exterior da Universidade de Xangai - Wikimedia Commons
Fotografia do exterior da Universidade de Xangai - Wikimedia Commons

Segundo divulgado pelo The Guardian no último domingo, 29, tem circulado na internet um documento que supostamente pertenceria à Universidade de Xangai, e, caso verdadeiro, revela uma 'pesquisa' bizarra.

Nos papeis, a instituição pede para que os administradores de todos cursos elaborem uma lista que identificasse quais estudantes pertenciam à comunidade LGBTQ+

Além desse primeiro pedido, o documento solicita que esses alunos sejam descritos em termos de "estado mental", "condição psicológica", "posicionamento político" e "contatos sociais".

O vazamento da informação nas redes sociais chinesas (e, posteriormente, nas do restante do mundo), embora ainda que não tenha sido confirmada, fez com que os jovens LGBT+ que estão alistados na Universidade de Xangai ficassem preocupados.

Isso pois, nos últimos meses, o país tem vivido alguns atos de repressão à minorias particularmente graves. 

Ainda segundo o The Guardian, por exemplo, o WeChat (que é uma espécie de 'WhatsApp chinês', porém com funções adicionais), bloqueou sem aviso prévio ou explicações as contas de dezenas de usuários que eram identificados como parte da comunidade LGBTQ+. 

Nem todos, contudo, acreditam que as intenções da instituição chinesa sejam necessariamente preconceituosas. 

“Esperamos que este seja apenas um estudo demográfico equivocado”, comentou Eric Hundman, que trabalha como professor assistente no local, conforme repercutido pelo veículo. 

Outro prognóstico, esse pertencente a James Palmer, que já escreveu uma série de livros a respeito da política na China, é de que o documento tem a ver com 'controle', não repressão. 

“Meu palpite é que não se trata mais de perseguição homofóbica, mas da necessidade constante do sistema de identificar e monitorar - especialmente ativistas em potencial”, concluiu ele.