Caso foi denunciado por deputado por meio das redes sociais
Uma moradora de Boa Vista identificou o cadáver de seu cão de estimação em um terreno localizado no bairro Anel Viário, no oeste da capital roraimense, entre outros 43 corpos de animais. O caso ganhou destaque no estado no último fim de semana depois que o deputado estadual Marcinho Belota (PRTB), ativista dos direitos dos animais, foi ao local e divulgou vídeos dos cães mortos a fim de ajudar seus tutores a identificá-los.
Conforme apurou o portal de notícias G1, suspeita-se que os cães tenham sido descartados no local por empresas que recolhem animais mortos de clínicas veterinárias.
Belota usou o púlpito da Assembleia Legislativa de Roraima na última terça-feira, 28, para lamentar a forma como os animais são descartados na região. O caso foi relatado ao Ministério Público de Roraima (MPRR) pelo deputado e registrado na delegacia por um veterinário da equipe do ativista e por uma tutora.
Foi por meio dos vídeos divulgados pelo político que uma advogada, que preferiu não se identificar, encontrou seu animalzinho de estimação, Koda. O pastor-branco-suíço morreu em casa em razão de problemas na próstata.
Esse cachorro esteve com minha família há 12 anos, sendo nosso protetor, da nossa casa e é a coisa que nós mais sentimos falta hoje. Aquele animalzinho foi fonte de amor para uma família, mas eles não pensaram nisso, eles só descartaram como se fosse lixo", lamentou.
À reportagem do G1, a tutora relatou que a angústia da família iniciou-se na segunda-feira (20), quando Koda começou a apresentar sinais de mal-estar. Ela prontamente solicitou o serviço de ambulância especializada em animais para transportá-lo à clínica veterinária, mas a demora no atendimento resultou no óbito do cão em casa.
O motorista da ambulância, ao chegar ao domicílio, constatou o falecimento do animal e sugeriu a cremação. O corpo foi levado à clínica veterinária e a advogada acompanhou todo o percurso. Ao chegar ao local, a clínica apresentou um orçamento no valor de R$ 515 para a realização da cremação, incluindo o peso do animal (R$ 15 por quilo), transporte e taxa da empresa.
Me disseram que o cachorro ia ser levado na quinta-feira pela manhã, ficou guardado lá no hospital e seria cremado a tarde. Apesar de ter um documento dizendo que ele seria levado ao destino final, a mulher todo o tempo falou que o cachorro ia ser cremado e incinerado", contou.
Segundo o MPRR, a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente marcou uma reunião com o deputado nesta quarta-feira, 29, para apurar a denúncia. "A partir daí, tomando conhecimento da denúncia, o MPRR tomará as medidas cabíveis sobre o caso", explicou o órgão.
A Polícia Civil destacou que o caso foi encaminhado para para investigação na Delegacia de Polícia do Meio Ambiente e que "somente com o aprofundamento das investigações é que a Polícia Civil vai se manifestar".