Para Nelson Motta, músico agradaria tanto petistas quanto bolsonaristas, “mas rejeitaria todos"
Sebastião Rodrigues Maia, o eterno Tim Maia, completaria 80 anos nesta quarta-feira, 28, caso estivesse vivo. Figura à frente de seu tempo e completamente independente, o músico nunca foi um ser muito político, apesar de sua candidatura ao Senado do Rio de Janeiro.
Quem defende essa ideia é Nelson Motta, produtor musical e jornalista responsável pela biografia do cantor. Em sua visão, caso Tim ainda estivesse vivo, ele seria “exatamente o oposto de tudo que está acontecendo hoje no Brasil”.
“Ou pelo menos [contra] esse 30% da população brasileira que está na Idade Média", afirma em entrevista à colunista da Folha Mônica Bergamo.
Ele era um outsider, completamente independente. Era o oposto de toda essa caretice vigente no país", aponta.
Apesar de anos e anos pesquisando e estudando sobre a vida do músico, o biógrafo diz que seria difícil ‘enquadrar’ Tim em um grupo político e prefere não opinar em quem ele votaria para presidente. "Tenho medo do Tim puxar a minha perna de noite".
Motta, aliás, não sabe afirmar se o cantor chegou a participar do processo eleitoral alguma vez. "Acho que provavelmente ele ia esquecer de votar".
O que posso afirmar é que ele agradaria lulistas e bolsonaristas, mas rejeitaria todos", afirma.
Por fim, recorda que, em vida, Tim Maia já declarou ser contra as armas e até mesmo pediu a entrada de mais negros na política brasileira: "Não precisamos de tiros. Precisamos de música, de som".