Enquanto procuravam um lugar para surfar, Sophie Curran e Conor McClory encontraram uma cápsula de metal na costa. "Pensávamos que poderia ser uma bomba". Confira imagens!
Ao lado de sua amiga Sophie Curran, Conor McClory caminhava ao longo da costa de Bloody Foreland em Gweedore, na Irlanda, em busca de um ponto para surfar. Porém, no meio do caminho, os dois encontraram uma curiosa cápsula de metal. "Estávamos hesitantes em pegá-lo no início, pois pensávamos que poderia ser uma bomba, mas depois de examiná-lo, encontramos uma inscrição russa”, conta McClory ao The Irish Sun.
"Sophie enviou uma foto para meu irmão, que a enviou para seu amigo russo, que a traduziu para nós e nos disse que era uma cápsula do tempo”, conta. O objeto foi enterrado no gelo do Polo Norte por um navio de exploradores russos em 2018. Entretanto, apesar dos 4.000 quilômetros de distância entre os dois pontos, o objeto cilíndrico demorou apenas dois anos para chegar até a Irlanda.
Empolgados, os amigos decidiram abrir o misterioso tubo para ver o que estava escondido dentro dele. Lá, encontraram fotos, cartas, cardápios de restaurantes, porta copos de cerveja, roteiros do navio e um crachá militar.
Todo o material pertencia ao '50 Years of Victory', o segundo maior navio quebra-gelo do mundo daquele ano. O navio, que pode transportar cerca de 140 passageiros e tripulantes, é capaz de romper o gelo a uma profundidade de até 2,5 metros e pode atingir velocidades de até 18 nós (pouco mais de 30 km/h) em águas abertas.
Dentre as correspondências encontradas, duas delas foram escritas em inglês, sendo uma redigida pelo blogueiro russo de São Petersburgo chamado Sveta. "Havia detalhes de contato de Sveta, então liguei para ele e continuamos a conversar no WhatsApp”, diz Conor.
“Ela nos disse que a cápsula foi liberada de uma expedição ao Polo Norte no navio chamada '50 anos de vitória’. É o segundo maior navio quebra-gelo nuclear do mundo”, diz. "Continuamos a conversar pelo Zoom, e ele nos disse que a cápsula foi realmente colocada no gelo no Polo Norte em 2018, o que significa que o gelo derreteu e viajou 4.000 km no curto período de tempo de pouco mais de dois anos.
"Sveta ficou extremamente chocado ao saber que a cápsula havia sido encontrada tão cedo. A tripulação pensou que a ela levaria entre 30 e 50 anos para ser achada, o que mostra que o gelo está derretendo a uma taxa alarmante”.
A dupla de surfistas acabou ficando amiga de Sveta, que também surfa e está escrevendo um romance de viagem. O blogueiro espera que sua próxima viagem tenha como destino a Irlanda, onde eles podem se encontrar para surfar.
Apesar de ficarem felizes com a nova amizade, Sophie e Conor se mostraram preocupados com os sinais das mudanças climáticas no Polo Norte. "Ficamos chocados ao encontrar a cápsula do tempo, especialmente quando Sveta nos contou que eles colocaram a cápsula no gelo, então isso significa que o gelo está derretendo rapidamente, o que é tão assustador”, disse McClory.
"Estamos muito preocupados com as mudanças climáticas e apenas esperamos que as pessoas aprendam alguma coisa com essa história e façam sua parte com o meio ambiente, mesmo que seja uma pequena mudança”, conclui.
A dupla disse que já enviou as cartas em russo para o professor Simon Donohue Nosek, que vive em Chicago. Nosek fala russo, irlandês e inglês e está esperando ansiosamente para ver o que as correspondências dizem.
Confira outras imagens da descoberta: