Suposto espião ligado é empresário e está no Reino Unido há quase duas décadas; ele já participou de festa de aniversário de Andrew em sua casa
O suposto espião chinês que possui ligações com o príncipe Andrew foi identificado como Yang Tengbo, um empresário também conhecido como Chris Yang. Sua identidade estava sendo protegida por uma ordem de anonimato.
Entretanto, a restrição foi retirada na tarde desta segunda-feira, 16, após solicitação feita pelo próprio Yang, que decidiu emitir uma negação pública sobre as alegações feitas contra ele.
Chris alegou que não era um espião e que "não tinha feito nada de errado ou ilegal e que as preocupações levantadas pelo Ministério do Interior contra mim são infundadas", repercute o The Guardian.
Chris Yang, de 50 anos, é ex-presidente do Hampton Group, uma empresa de consultoria. Ele estava no Reino Unido há quase duas décadas. As primeiras suspeitas contra Yang começaram em 2021, quando serviços antiterrorismo ordenaram que ele entregasse seu aparelho celular para investigações. Documentos judiciais disseram que Yang dividiu seu tempo entre a China e o Reino Unido e, às autoridades, ele disse que considerava o país seu segundo lar.
Em fevereiro do ano passado, ele foi retirado de um voo de Pequim para Londres, quando lhe foi informado que o secretário do interior estava examinando o caso para excluí-lo do Reino Unido. A ordem foi feita no mês seguinte. Seu recurso contra a decisão foi rejeitado na semana passada pelo tribunal especial de apelações de imigração.
Yang visitava o Reino Unido com frequência e participou de uma série de eventos em residências da realeza, como a festa de aniversário que o príncipe Andrew deu em sua casa. A audiência apontou que o sujeito pode estar associado ao departamento de trabalho da frente unida da China, que busca reunir inteligência sobre cidadãos estrangeiros influentes.
+ Príncipe Andrew convidou suposto espião chinês ao Palácio de Buckingham
Chris se defendeu em uma declaração, apontando que estava devastado por ter sido excluído do Reino Unido e negou que tivesse agido contra os interesses britânicos. Ele disse que havia um "alto nível de especulação e deturpação na mídia e em outros lugares" e que estava solicitando um recurso contra a decisão de excluí-lo.
Ele disse que a decisão dos juízes foi "finamente equilibrada" e que eles reconheceram que poderia haver uma "explicação inocente" — que, segundo ele, não foi relatada pela mídia.
O clima político mudou e, infelizmente, eu fui vítima disso. Quando as relações são boas e o investimento chinês é buscado, sou bem-vindo no Reino Unido. Quando as relações azedam, uma postura anti-China é tomada e eu sou excluído", alegou.
Por fim, segundo os documentos judiciais, o empresário era tão próximo do príncipe Andrew que estava autorizado a agir em seu nome em uma iniciativa financeira internacional com potenciais parceiros e investidores na China.
