Diálogo do militar com sua mãe expõe os limites do ser humano em uma guerra
O NEXTA, um canal televisivo da Bielorússia, divulgou na última quinta-feira, 17, uma ligação interceptada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) que ocorre entre um soldado russo e sua mãe.
Durante o diálogo, o militar não apenas descreve o estado desolado de seu batalhão, mas também revela o desejo de atirar em si mesmo com munição ucraniana, de forma a simular um ferimento de guerra e ser enviado de volta à Rússia.
"Nós temos 120 feridos e 350 mortos. Nossa brigada não está mais pronta para o combate. Se você é atacado agora, nós seremos destruídos, é isso. Nós não temos mais tanques, não sobrou mais nada. Ucranianos explodiram tudo com morteiros”, relatou o homem, conforme repercutido pelo UOL.
A mãe do combatente deseja que ele volte para casa, porém a punição para quem se recusa a servir no exército russo seria de 8 anos de prisão, de forma que a deserção é fortemente desencorajada.
Você sabe o que nós realmente queremos fazer? Eu vou te falar isso em confidência: nós queremos atirar um ao outro nas pernas com as balas 7.62 mm da Ucrânia e retornar ao hospital em Budenovsk [no sul da Rússia], assim como os meninos fizeram", diz o sujeito.
"Nós queríamos apenas atirar contra as nossas próprias pernas assim eles poderiam colocar bandagem na gente e enviar para o hospital. Espero que Deus permita-me viver para fazer isso", conclui o militar.