Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o apelo de várias vítimas, incluindo a irmã caçula de Anne Frank, Eva Schloss
Depois que o Facebook sofreu boicote por parte de anunciantes, que exigiam que a empresa deletasse postagens de ódio e violência, uma nova campanha foi lançada por sobreviventes do Holocausto. A exigência é que a rede social apague posts que neguem o genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A iniciativa tem mobilizado sobreviventes do mundo todo, segundo informações do portal UOL. O nome mais conhecido entre os adeptos à campanha é o da irmã caçula de Anne Frank, Eva Schloss, que gravou mensagem conscientizacional em vídeo, junto a outras vítimas.
Beginning today the Claims Conference will be posting video messages across social media from #Holocaust#survivors imploring Mark Zuckerberg to remove Holocaust denial from #Facebook. Denying their suffering/loss is hate speech; there is #NoDenyingIt. Join them; share to remove! pic.twitter.com/kmpgq1KNuj
— Claims Conference (@ClaimsCon) July 29, 2020
Nas redes sociais, o movimento ficou conhecido pela hashtag #NoDenyingIt (#NãoTemComoNegar). No vídeo oficial da campanha, Schloss lamenta por ter perdido membros da família durante o Holocausto. "Muitos, muitos membros da minha família. Não tem como negá-lo! Eliminem do Facebook a negação do Holocausto", protestou a sobrevivente.
Estima-se que o Holocausto tenha vitimado mais de 6 milhões de pessoas. Zuckerberg é judeu, entretanto, em 2018 afirmou que a empresa não bloqueará as publicações negacionistas, pois, segundo ele, os autores das postagens não estavam "intencionalmente equivocados", embora as mensagens fossem "extremamente ofensivas".
Em países como Reino Unido e Estados Unidos, onde a negação do Holocausto não é crime, a empresa de Zuckerberg faz uma análise individual dos posts, que varia de caso a caso. Já na Alemanha, França e Polônia, onde o negacionismo do genocídio é ilegal, o conteúdo será bloqueado, segundo um anúncio recente do Facebook.
Respostas de grandes marcas como Coca-Cola e Adidas já vieram à tona, de modo que anúncios dessas empresas foram interrompidos para exigir uma postura mais firme da rede social. Por outro lado, o Facebook trabalhou recentemente para combater notícias falsas, deletando posts de Donald Trump e algumas contas de bolsonaristas, cumprindo uma decisão do judiciário que faz parte do inquérito das fake news.