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Notícias / Brasil

Sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima morre aos 100 anos

O comerciante Takashi Morita, um dos sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima, faleceu nesta segunda-feira, 12, em São Paulo

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 13/08/2024, às 10h04

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À esquerda, Morita quando era policial militar no Japão; à direita, já estabelecido no Brasil - Arquivo Pessoal
À esquerda, Morita quando era policial militar no Japão; à direita, já estabelecido no Brasil - Arquivo Pessoal

O comerciante Takashi Morita, um dos sobreviventes da bomba atômica que devastou Hiroshima na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), faleceu nesta segunda-feira, 12, em São Paulo.

A Escola Técnica Estadual (Etec) de Santo Amaro, que leva o nome de Takashi desde 2019, comunicou a morte por meio de uma nota de pesar em suas redes sociais.

"É com profundo pesar que a direção comunica a perda do nosso patrono Sr Takashi Morita. Lamentamos a perda e nos solidarizamos com a família neste momento", escreveram.

Trajetória

Takashi Morita, conhecido como hibakusha, termo para os sobreviventes dos bombardeios atômicos, viveu em São Paulo desde 1956.

Em seu livro autobiográfico "A última mensagem de Hiroshima: O que vi e como sobrevivi à bomba atômica" (2017), ele conta que aos 21 anos, era soldado da polícia militar japonesa e estava a 1,3 quilômetros da explosão da bomba atômica em Hiroshima, em 6 de agosto de 1945.

Apesar de não sofrer sequelas graves, foi diagnosticado duas vezes com leucemia enquanto ainda morava no Japão. Em busca de melhores oportunidades, Takashi migrou para o Brasil em 1956, aos 32 anos, acompanhado da esposa e dos dois filhos, conforme conta na obra.

Após 42 dias de viagem, desembarcaram no Porto de Santos e seguiram para a capital paulista, onde se estabeleceram, de acordo com o g1.

Takashi, sua esposa Ayako e os filhos, Yasuko e Tetsuji, na viagem para o Brasil em fevereiro de 1956 / Crédito: Arquivo pessoal

Direitos dos hibakushas

No Brasil, Moritadedicou os últimos 40 anos de sua vida à defesa dos direitos dos hibakushas e tornou-se um ativista contra as guerras. Em julho de 1984, ele foi um dos fundadores da Associação dos Sobreviventes da Bomba Atômica, que inicialmente funcionava acima de sua mercearia no bairro da Saúde.

Conforme conta no livro, a associação começou com 70 membros, mas rapidamente cresceu para 300, incluindo sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki. Em 2008, influenciada pelo pacifismo de Morita, a entidade foi renomeada para Associação Hibakusha Brasil pela Paz.