Embora Sherlock Holmes fosse responsável pelo sucesso de Arthur, que chegou a ganhar o título de sir, 'sob a superfície ele era um homem descontente'
Arthur Conan Doyle se tornou um dos maiores escritores da história por conta de seu célebre personagem: o detetive Sherlock Holmes. Apesar do sucesso, o escritor escocês odiava secretamente o investigador.
Segundo a historiadora Lucy Worsley, em artigo ao Radio Times, Conan Doyle nutria um desgosto por Holmes, culpando o detetive cerebral por impedir seu reconhecimento como autor de romance histórico.
Arthur passou a ser reconhecido depois que suas histórias sobre o detetive começaram a ser publicadas em 1891, recorda a especialista. Uma década depois, ele foi condecorado com o título de cavaleiro da Ordem do Império Britânico — passando a ser referido como 'Sir'.
Sob a superfície ele era um homem descontente", afirma Worsley.
Lucy Worsley recorda que Arthur Conan Doyle sofreu certa resistência para encontrar um editor que concordasse com as publicações das histórias de Sherlock Holmes. O escocês só obteve aprovação na quarta tentativa.
"Só depois que eles e outros dois rejeitaram o Sr. Holmes é que ele finalmente foi aceito por um quarto editor, muito mais vulgar. Disseram que a obra era exatamente o que procuravam: 'ficção barata'", descreve a historiadora.
Embora o detetive fosse altamente lucrativo para Conan Doyle, ele decidiu matá-lo — após ganhar dinheiro o suficiente — em 1893, no conto 'O Problema Final', onde o detetive decide encarar o maior bandido de toda a Europa: o Professor Moriarty. Durante uma luta, os dois caem de um penhasco nas Cataratas de Reichenbach, na Suíça.
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Uma década depois, porém, Arthur foi atraído para ressuscitá-lo quando uma editora americana lhe ofereceu o equivalente a US$ 1,6 milhão", escreveu Worsley.
"Arthur deve ter se odiado. E ele teria odiado o fato de que hoje, 93 anos após sua morte, seus romances históricos permanecem sem serem lidos, enquanto seu detetive 'barato' — mas amado — vive para sempre em cena".