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Notícias / Crimes

Seis adolescentes serão julgados por decapitação de professor na França

Em 2020, o professor de história Samuel Paty foi decapitado após ser falsamente acusado de islamofobia por alunos com idades entre 13 e 15 anos

Redação Publicado em 27/11/2023, às 12h19

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Fotografia de Samuel Paty, professor de história francês decapitado em 2020 - Divulgação
Fotografia de Samuel Paty, professor de história francês decapitado em 2020 - Divulgação

Em 2020, a morte de um professor de história na França chocou o mundo todo devido à tamanha brutalidade empregada no crime. Isso porque o homem, Samuel Paty, na época com 47 anos e lecionando no College du Bois d'Aulne, na comuna de Éragny, foi decapitado após supostamente ter tomado uma posição islamofóbica em sala de aula; no entanto, a acusação era falsa.

+ Injustamente acusado de islamofobia: Relembre o caso do professor decapitado na França

Agora, seis adolescentes serão julgados pelo caso. O responsável pelo crime foi Abdoullakh Anzorov, que tinha 18 anos na época, um jovem da Chechênia — país em que cerca de 90% da população é muçulmana — que chegou à França quando tinha apenas seis anos de idade.

Após o ocorrido, ele foi morto a tiros no mesmo local do crime. Sua motivação para o ato brutal: supostamente o professor teria mostrado caricaturas da revista satírica Charlie Hebdo sobre o profeta Maomé, e sido islamofóbico na aula.

De acordo com o The Guardian, Paty realmente usou a revista em uma aula de ética, em que discutia as leis de liberdade de expressão na França. No caso, vale mencionar que quando a Charlie Hebdo publicou as imagens pela primeira vez, em 2015, uma grande confusão também se instaurou: homens armados invadiram o escritório da revista, em Paris, e mataram 11 pessoas, além de um policial.

No entanto, em momento algum o professor teria sido islamofóbico em sua fala. Um dos adolescentes que serão julgados nas próximas semanas, uma menina que tinha 13 anos na época da tragédia de Paty, teria alegado que ele pediu que os estudantes muçulmanos se identificassem e saíssem da sala de aula antes de ele mostrar as caricaturas.

Porém, mais tarde ela disse aos investigadores que sequer estava na sala de aula no dia, e agora ela e outros cinco adolescentes são julgados por fazerem uma "acusação falsa", que teria acarretado morte de Samuel Paty. Na verdade, o homem não pediu que alguns de seus alunos saíssem, mas disse apenas que eles poderiam se afastar caso se sentissem ofendidos com o que seria mostrado.

Samuel Paty / Crédito: Reprodução/X/@NachrichtenFr

Julgamentos

Agora, ao longo do próximo ano, oito adultos devem enfrentar julgamento em um tribunal criminal especial para o caso, incluindo o pai da menina acusada de fazer publicações em redes sociais de mobilização contra o professor, além de um ativista que a teria ajudado a divulgar as mensagens.

Os outros cinco adolescentes que irão a julgamento, que tinham entre 14 e 15 anos na época do assassinato de Paty, também são acusados de conspiração criminosa com intenção de causar violência. Eles teriam apontado o professor para Abdoullakh Anzorov — nas investigações, porém, afirmaram que nunca pensaram que o que fizeram poderia acarretar uma morte.

Por fim, Virginie Le Roy, advogada que representa a família de Samuel Paty, disse que seus clientes consideram o julgamento dos adolescentes como crucial para o caso. "O papel dos menores foi fundamental na sequência de acontecimentos que levaram ao seu assassinato", disse à AFP.

Agora, pontua o The Guardian, os adolescentes envolvidos nas falsas acusações são alunos de ensino médio e podem enfrentar até dois anos e meio de prisão. O julgamento está previsto para ocorrer até 8 de dezembro.