A tampa do sarcófago foi retirada cuidadosamente e levada para um escaneamento digital que revelou suas cores originais
Arqueólogos da missão egípcio-italiana de escavação em Aswan, no Egito, divulgaram imagens de uma necrópole, descoberta há cerca de um ano, que contém um rosto de um leopardo desenhado a mão na tampa em um sarcófago de madeira. Acredita-se que a face do leopardo seja um símbolo guardião dos mortos.
Pintado em cores vivas, o leopardo tem olhos castanhos, uma pele caramelo e um chapéu branco com círculos verdes e vermelhos sobre a cabeça. A operação de retirada para escaneamento foi um processo meticuloso graças a quantidade de areia presente e a fragilidade do objeto. A digitalização possibilitou a geração de uma imagem nítida da pintura.
A necrópole com a pintura foi descoberta há cinco metros abaixo da densa areia presente no deserto de Aswan, onde a área arqueológica abrange mais de 25 mil metros quadrados, próximo a margem oeste do Rio Nilo. Além da sepultura com a pintura do leopardo, outros 300 túmulos já ajudaram a localizar 30 corpos nas proximidades.
Patrizia Piacentini, responsável por liderar a equipe arqueológica da Universidade Estadual de Milão, acredita que as tumbas foram utilizadas para enterrar moradores de Aswan entre o século 7 a.C. até o século 3 d.C., e estavam enterradas junto a vasos de cerâmica, capas pintadas com ouro e camas funerárias. “Certamente eram um bem de luxo e mostram mais uma vez como o túmulo pertencia a pessoas importantes”, disse Patrizia para a ANSA.