A acusação provoca aumento na tensão entre Estados Unidos e Rússia, e medo de uma Terceira Guerra Mundial cresce
Em um comunicado feito nesta terça-feira, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Rússia acusaram os Estados Unidos de se envolverem diretamente na Guerra da Ucrânia. A acusação foi embasada na recente descoberta do compartilhamento de informações de inteligência entre o governo do ocidente e Kiev.
A descoberta veio à tona a partir de uma entrevista recente do vice-chefe da inteligência militar ucraniana, Vadim Skibitsky, ao jornal britânico The Telegraph, em que ele aponta que o sucesso do uso de foguetes de longa distância lançados pelos sistemas estadunidenses Himars aconteceram graças às "excelentes imagens de satélite e informação em tempo real", como informado pela Folha de S. Paulo.
A constatação da Defesa russa de que os Estados Unidos estavam participando ativamente do conflito, em apoio à Ucrânia, se deve pelo fato de Kiev não possuir satélites militares. Logo, puderam supor a troca de informações entre as nações, "ao contrário do que dizem a Casa Branca e o Pentágono", como afirmado no comunicado.
Nenhuma outra confirmação do envolvimento direto dos EUA nas hostilidades no território da Ucrânia é necessária. O suprimento de armas é acompanhado não só por instruções como usá-las, mas neste caso eles fazem a função de atiradores na sua mais pura forma", acrescenta a porta-voz da chancelaria Maria Zakharova.
Até hoje, o presidente russo Vladimir Putin apenas acusava o Ocidente, de forma geral, de ter incitado o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, devido a tentativa de proximidade com o território e de adesão do governo de Kiev à OTAN. No entanto, no cenário político atual, e com a nova acusação, um risco de conflito em escala global aumenta.
Além do mais, a tensão entre os Estados Unidos e a Rússia está crescendo ao mesmo tempo em que cresce, também, da nação ocidental com a China, devido a visita de hoje da presidente da Câmara estadunidense, Nancy Pelosi, a Taiwan. Para o Kremlin, que é aliado do governo de Xi Jinping — presidente chinês —, o movimento norte-americano é tido como uma tentativa de "desestabilizar o mundo".
Atualmente, o temor de uma Terceira Guerra Mundial é real em todo o mundo, visto que as tensões entre Estados Unidos e Rússia estão no ponto mais crítico desde a Guerra Fria — que se estendeu de 1947 até 1991. O próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, fez a afirmação ontem de que "a humanidade está a um erro de cálculo da aniquilação nuclear".
O site Aventuras na História está no Helo! Não fique de fora e siga agora mesmo para acessar os principais assuntos do momento e reportagens especiais. Clique aqui para seguir