Através de moldes de gesso, as cópias encomendadas pelo aristocrata britânico Lord Elgin ajudaram a reconstituir partes quebradas das esculturas gregas
Utilizando moldes de gesso detalhados das obras de arte que foram tirados no ano de 1802, pesquisadores conseguiram revelar rostos e outras partes perdidas de esculturas de mármore do Partenon, em Atenas. O aristocrata britânico Lord Elgin encomendou as peças a artesãos especializados.
O estudo, liderado por Emma Payne, especialista em Conservação Clássica e Arqueológica do King's College de Londres, no Reino Unido, analisou as cópias feitas pelo nobre e descobriu que elas eram mais precisas que o esperado. De acordo com a cientista, eles se distanciavam dos originais apenas em milímetros.
Além de encomendar os moldes das esculturas gregas, Elgin também transportou algumas delas para Londres, em 1812, no intuito de vendê-las ao Museu Britânico.
Na pesquisa, foi utilizado um scanner tridimensional que comparou os mármores originais e as novas peças sobrepondo-os para mostrar as diferenças entre eles. A partir disso, foi possível observar como as partes que faltavam nas estátuas eram antes de sofrerem com o desgaste.
"Os moldes de Elgin podem ser registros importantes do estado das esculturas no início do século 19, antes que a poluição moderna apresse sua deterioração", alegou Payne. “Eles definitivamente preservam alguns recursos perdidos dos originais — a imagem em 3D nos ajuda a identificar esses recursos”, completou a especialista.
O resultado da análise também revelou outros tipos de desgaste aos quais as estátuas foram submetidas. Tentativas de "consertar" as partes quebradas e evidências de vandalismo durante o século 19 também foram observadas pelos pesquisadores.