O ex-PM Ronnie Lessa, assassino de Marielle Franco, revelou em delação que crime se relacionou a criação de milícia e a negócio de US$ 20 milhões
Em delação, o ex-PM Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco em 2018, revelou que o crime foi feito sob proposta de loteamentos clandestinos para instalação de milícia, em um negócio que renderia mais de US$ 20 milhões. A declaração foi exibida neste domingo, 26, pelo Fantástico, da TV Globo.
Já tendo admitido ter matado Marielle, Lessa revelou que o crime foi encomendado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Para ele e seu comparsa, o ex-PM Edimilson de Oliveira, que foi assassinado em 2021, foram oferecidos dois loteamentos clandestinos na zona oeste do Rio, onde uma nova milícia seria instalada.
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"Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de US$ 20 milhões. A gente não está falando de pouco dinheiro [...] Ninguém recebe uma proposta de receber US$ 10 milhões simplesmente para matar uma pessoa. Uma coisa impactante realmente", declarou.
Além disso, segundo repercutido pelo UOL, ele seria um dos donos do empreendimento: "A gente ia criar uma milícia nova. Então ali teria a exploração de gatonet, a exploração de kombis, venda de gás... A questão valiosa é depois. A manutenção da milícia que vai trazer voto".
Então, na verdade, eu não fui contratado para matar Marielle, como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para um sociedade", revelou o ex-PM.
Ainda durante delação premiada, Ronnie Lessa explicou a motivação dos irmãos Brazão para encomendarem o assassinato de Marielle Franco: "Ela teria convocado algumas reuniões com várias lideranças comunitárias, se eu não me engano, no bairro de Vargem Grande ou Vargem Pequena [zona oeste carioca], justamente para falar sobre esse assunto, para que não houvesse adesão a novos loteamentos da milícia".
Isso foi o que o Domingos [Brazão] passou para a gente. Que a Marielle vai atrapalhar e para isso ela tem que sair do caminho", declarou Lessa.