Segundo Melissa Fleming, a desinformação gerada por inteligências artificiais no ambiente digital tem impactado o trabalho das Nações Unidas
Em um discurso para o Conselho de Segurança das Nações Unidas na última terça-feira, 19, Melissa Fleming, que atua como secretária-geral de comunicação global do órgão internacional, falou sobre o perigo oferecido pelas IAs.
Com a multiplicação de tecnologias de inteligência artificial no ambiente digital nos últimos tempos, a disseminação de fake news e desinformação foi acelerada, o que já está impactando até mesmo a própria ONU.
Conforme alertado por Fleming e repercutido pelo Media Talks, portal do UOL, essas ferramentas possibilitam que “grandes volumes de desinformação convincente, em texto, áudio e vídeo, sejam produzidos em escala, por custos baixos e pouca intervenção humana”.
Assim, é facilitada a propagação de narrativas enganosas, com algumas delas tendo prejudicado os esforços pela paz, que é o grande objetivo das Nações Unidas.
Aqueles que trabalham para manter a paz, prestar ajuda humanitária e denunciar atrocidades estão se tornando alvos de histórias distorcidas. Isto pode minar as suas missões, colocando as populações e os doadores contra eles”, acrescentou a representante da entidade.
Melissa Fleming deu ênfase a quatro grandes problemas criados pelas inteligências artificiais. O primeiro deles consiste em ataques direcionados no qual a desinformação é usada como arma de guerra, por exemplo, enquanto o segundo é o aumento em conteúdo de pornografia infantil gerado artificialmente através da tecnologia.
O terceiro, por sua vez, é a interferência nas eleições de países; enquanto o quarto e último é a disseminação de materiais anti-ciência, que servem para criar dúvidas em relação ao conhecimento científico.